quinta-feira, 2 de junho de 2011

EMOÇÃO OU SUSTO?

            Ainda na linha da beleza física, venho matutando sobre os grandes amores, talvez pela proximidade do Dia dos Namorados, ou por histórias que tenho ouvido de amigas e amigos.
         Que os amores alucinantes só ocorrem na adolescência ou na juventude creio que ninguém discute, pois é necessária aquela avalanche de hormônios para suscitar tudo o que de bom e de ruim cerca o idílio. Mais do que uma questão de temperamento, aquelas crises de paixão, de ciúme, de saudade vêm embaladas em progesterona ou testosterona.
         Por isso os amores "inesquecíveis" quase sempre se alojam no compartimento das lembranças do Ginásio, ou da Escola Normal, do Clássico ou do Científico, alguns da faculdade.
         Acompanhando o reencontro de tantos conterrâneos neste mundo virtual, gente que não se via há muito tempo, amizades que se perderam nos desvãos da vida e agora, como se o tempo não houvera passado, correm a se encontrar e sofregamente querem saber tudo daquele amigo, daquela amiga, daquele amor, fico me questionando.
       Um  dos meus amigos diz que teme rever sua deusa da adolescência, cujo frescor dos dezessete anos guardou intacto nas retinas. E se decepcionar. Claro que vai! As mulheres, mais do que os homens, envelhecem mal, apesar de tantos artifícios. A deusa já tem mais de sessenta anos, por mais bela e cuidada que esteja não poderá concorrer com a saia plissada azul marinho, a blusa branca, a pele, os olhos, a boca, as mãos daquela menina que ele amara.
        O que fazer então? Renunciar à chance de chegar perto mais uma vez da endeusada moça, ou arriscar? E saberá disfarçar a surpresa? Conseguirá enxergar naquela senhora a sua cabritinha saltitante e brejeira? E ela? O que pensará dele? Não terá também a lembrança de seu corpo jovem e atlético, de seus beijos ardentes, de suas mãos inquietas?
         Será que vale a pena um reencontro depois de tanto tempo? Não será mais seguro apenas trocar correspondência, colocando um e outro a par dos caminhos que sua vida tomou após se separarem?
         Mas... e se o que sentirem for mais forte que os pés de galinha, os cabelos brancos, a corpo fora de forma? Se conseguirem atar as duas pontas do tempo e reviver a magia, o encanto, as promessas, os sonhos?
         Enfim, eu me pergunto e pergunto a vocês:
         - Será que vale a pena arriscar ?!

3 comentários:

Jeanne Geyer disse...

Pra quem não se liga na beleza vale sempre. A essência não muda, e no fundo é o que vale embora os homens não pensem assim, me parece que ficam mais fixados na juventude, principalmente os coroas,rsrsrs.
Assim, de novo, mulher "desvaloriza" no mercado com a idade, homem ao contrário fica mais valorizado,rsrs
Minha vivência observando comportamentos me levaram a concluir que o passado é forte e algumas pessoas são insubstituiveis.
Pena.
Mas vamo que vamo, vai que o futuro reserve alguma surpresa?
Beijos :)

Rosana disse...

Quando o amor bate na portinha do coração, não importa idade, aparência,enfim, importa mesmo é ser feliz.
Beijinhos Maria Luisa

Edson disse...

Arriscar, nem sempre é importante, agora nesse caso comentado, penso que vale a pena.Segundo o comentário da nossa colega Jeanne, já me senti mais valorizado...Abs.