Não sei se ainda
somos a mesma essência,
ou apenas reticências
de um período quase sem verbo de ligação.
Não sei se quase-sessenta
É também quase sensato,
ou apenas um inócuo passado
do quase-acontecimento.
Não sei se a sapiência
não está no horizonte,
se a saudade não se
esconde atrás dos montes,
se o inevitável beijo esqueceu de nascer.
Não sei se a agonia
habita os aflitos,
ou se a paixão
é somente um grito
que dorme quieta
no incandescente vulcão.
Não sei se o tempo ido,
o tempo tido,
o tempo vindo,
o qualquer tempo...
Engravida-se dos nossos desejos,
ou se como a torrente
os arrasta pra qualquer lugar.
Não sei se não ter
é melhor que ter e perder,
ou perder
é o ter que resolveu viajar.
Não sei se os versos
Amenizam a dor,
Ou se o-bem-querer
é andarilhar o amor,
ou se o viver é o
ver sem ter que tocar.
Não sei
se não saber
é a certeza de que não se sabe,
ou saber que sei
é a incerteza da realidade.
Não sei se os quase-sessenta
diminuem ou aumentam
o tudo... que sempre foi
quase-nada,
ou tudo,
ou quase...
(nada?)
Não sei...
Não sou poeta, nem sei fazer versos, todavia, neste meu mundo das letras tenho amigos que o são e fazem maravilhas.
Este poema recebi de um ex-colega no meu aniversário.
O cara é bom!
PS.: O nome do poeta é Chicão, que escreveu também a "orelha" do meu livro de crônicas. Não o tinha nominado por falta de autorização, já que foi um presente pessoal a mim.
2 comentários:
Ah, Malu, que belo poema e que belo presente. Inspirada nele, escrevi também uma crônica que está no meu blog. O que é bom e forte, sentido assim, pois que verdadeiro, tem que ser ampliado. Teu blog está lindo! Beijos.
Roseli
Bom é pouco, o teu ex-colega é ótimo. Pena que você esqueceu de nominá-lo, mas ainda é tempo :-)
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