domingo, 21 de novembro de 2010

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA

               Quem já não se deliciou com a leveza do corpo numa piscina ou numa praia?
           Sabe o que é ter sido bailarina e hoje abaixar e levantar lentamente, algumas vezes entre gemidos?
           Ter amarrado as fitas da sapatilha com tanta destreza e agora, muitas vezes, apanhar dos cadarços do tênis?
          Pois é, ônus da idade e do sobrepeso. Fumar faz mal, engordar também.
      Nas aulas de hidroginástica me realizo. Consigo fazer piruetas e saltitos há muito abandonados e sinto outra vez a sensação do corpo leve, dirigível, sinuoso.
         Não por acaso, a água é o elemento do meu signo. Minha comunhão com ela é absoluta  e nem as águas mais frias do mar me intimidam. Deve ser por conta desta leveza perdida.
        Já a leveza da minha alma quem consegue é a música.
       Dependendo do dia, da situação, da companhia, do momento prefiro esta ou aquela, cantada ou orquestrada, mas sempre melodiosa e afinada.
        Posso estar vivendo um inferno astral, aos primeiros acordes de Chopin, meu espírito vai acalmando, a respiração se aprofunda, o ritmo cardíaco encontra seu compasso e logo me deixo envolver e anestesiar pela melodia.
        Os tempos andam difíceis , andamos matando um leão por dia, entretanto, a água e a música são os cúmplices perfeitos para todas as ocasiões. Com eles, esqueço os quilos a mais com que o abandono do tabagismo me brindou e as pessoas cujo único sentido no mundo é o de perturbar os outros, sugá-los, pisoteá-los, fazendo disso sua meta única e maior.  
        De resto, nada que um bom mergulho e a voz incomparável de Jessé não deem jeito.
        Aos domingos, canto a Oração de São Francisco na missa, com minha melhor voz e cheia de esperança.




Um comentário:

Ana Luiza disse...

Exercícios na água é tudo de bom, conseguimos fazer sem sentir o impacto, na água fica mais leve.O importante é achar o que nos traz mais prazer, atividade física é prioridade na nossa faixa etária.