terça-feira, 13 de julho de 2010

MÍDIA ELETRÔNICA

              A mídia é tudo de bom e pode ser tudo de ruim também.
              Explico.
              É muito bom poder contar com ela para nos inteirarmos de assuntos aos quais não teríamos acesso de outra forma. Todavia, poucos cursos precisam exigir tanto da discilplina de Ética quanto o jornalismo. Porque ética não é deixar de dar a notícia, mas a forma como é dada e a maneira como acusa ou envolve as partes envolvidas. Sensacionalismo barato para vender jornal ou revista quase sempre carece de profundidade, quando não de veracidade (sem falar na redação, frequentemente problemática).
               A mídia eletrônica funciona quase como uma fotografia, os fatos podem ser divulgados com uma rapidez incrível e o alcance é ainda maior, porque gratuito. Neste caso, a responsabilidade aumenta, ou deveria aumentar.
                Sabemos o quanto uma calúnia, uma mentira espalhada aos quatro ventos pode destruir uma pessoa, uma família, uma empresa. E uma mentira divulgada por quem não mostra a cara, nem assina, deveria ser mais facilmente ignorada, pois só os covardes agem assim e estes não merecem credibilidade.
                Sou cronista, escrevo sobre os assuntos do momento, mas me abstive de escrever sobre este caso em pauta na mídia (e daqui a pouco esquecido), porque uma  barbárie dessas deixa-me extremamente revoltada e acabo perdendo as estribeiras e fazendo declarações intempestivas.
                 Dia desses andei repassando uma suposta carta de mães de uma garota estuprada por colegas. Os rapazes (de 14 anos) seriam filhos de gente importante e estudavam no melhor colégio da cidade. A menina, apenas um ano mais nova, pertencia ao mesmo grupo social. E o que uma menina dessa idade faria com um bando de meninos em horário de aula? Dias depois recebi outra carta, supostamente da escola referida, desmentindo tudo. Pedi desculpas aos amigos para quem eu repassara a notícia e agora confesso não saber mais se era mentira ou verdade. Sei, por fonte oficial, que o Diretor do órgão responsável pela investigação do caso pediu demissão do cargo e se afastou (ou foi afastado). Um tal de Mosquito, que tem um blog chamado "Tijoladas do Mosquito" foi quem fez a denúncia do caso e, com isso, o número de visitantes em seu blog aproxima-se dos dois milhões, com média de cinco mil acessos DIÁRIOS e mais de 500 seguidores ( não dou o endereço porque não sei).
                  Li, num jornal local, as frases que o milionário Eike Batista deixa no Twiter e fiquei perplexa. Como uma criatura tão boba, tão vazia, tão... consegue ganhar tanto dinheiro?
                 Bem, se eles tem tanto sucesso certamente é porque tem gente que gosta e que lê.
                Isso me entristece. Com tantos livros maravilhosos, tantos blogues bem fundamentados, tanto jornal bom, o brasileiro só quer saber de escândalos, violências, crueldades, acusações, falcatruas. Depois ainda se queixa dos políticos que elege.
                 Não se ofenda, por favor! Se você está aqui é porque é diferente.
                 O boom da mídia eletrônica passou, agora temos que nos organizar para usá-la em nosso proveito e da sociedade, para que não deixe de valer a pena.

2 comentários:

Luiz Barboza Neto disse...

Olá, querida amiga ML.
Como bem sabemos, os meios de comunicação são moralmente neutros, mas quem se utliza deles não o é. De acôrdo com a tendência de sua psicologia, o "veículo de comunicação" passa a pender para o lado do bom ou mau discernimento.
Nós é que temos de aprender a nos defender de tanta leviandade, ou aproveitar o que ela veicula de bom, como os artigos que você nos presenteia com tanta generosidade.
Abraços do seu fã,
Barboza

Jeanne disse...

Complicado...a gente não sabe mais em quem acreditar...
tanta informação às vezes cansa um pouco, melhor filtrar o que interessa.
Concordo que se tem material de baixa qualidade é porque tem quem leia(infelizmente).
Beijos