sábado, 14 de novembro de 2009

QUANTIFICANDO A DOR

              Todos nós certamente já ouvimos, alguma vez na vida, que Fulano ou Beltrano é que tem razões de sobra para sofrer e que nossos probleminhas são grãos de areia num deserto de dores que crepitam no mundo.


               Bom para nós, pior para os beltranos e sicranos.


               Só que não é bem assim. O que dói em um pode doer menos em outro e aquilo que parece nada pode estraçalhar um outro coração.


               É claro que existem dores incontestáveis e passíveis de medida, principalmente as dores físicas.


              Outras, dependem do grau de sensibilidade de cada um e do apoio que recebe, ou não.


              Voltando às novelas globais (faz tempo que não citava uma!), quem sofre mais – Luciana ou Helena?


               Você perdoaria a Helena se fosse a mãe da Luciana?


               E se fosse uma das melhores amigas da Teresa (mãe da Luciana) que estivesse no carro, no lugar da Helena, será que ela a acusaria também?


               Quanto da raiva e da mágoa de Teresa se deve ao fato da outra ser a mulher do seu ex?


                Você aprecia aqueles depoimentos da vida real ao final da novela?


                Ou pensa que eles estabelecem um link desagradável com a vida de todos nós, impedindo que nos refugiemos na fantasia da novela como algo distanciado da realidade?


               Você acha injusta a mãe do Miguel (o médico) quando acusa Renata (a noiva bêbada) de atrapalhar a carreira dele?


               Ou você pensa que médico é um missionário e que ele tem o dever de cuidar dos pacientes e dos desequilíbrios da noiva, mesmo em detrimento de seu estado emocional e de suas metas profissionais?


              Você ia querer viver de qualquer maneira, mesmo tetraplégico, não podendo sequer coçar o rosto ou sentir a mão de alguém em seu corpo?


              Jura que ao ver aqueles farrapos humanos, encharcados de álcool e crack esmolando nos viadutos, com todos os membros e sentidos em perfeito funcionamento, nunca pensou em quanta gente boa, inteligente e bonita pena nos hospitais, com deficiências e limitações graves?


              É, hoje estou reflexiva e questionadora. Quiçá você me desse alguma resposta, alguma idéia diferente.


             Ah, por que será que a NASA anda procurando água na lua, vida em outros planetas? Será que a Terra não tem mesmo mais solução?


             Bem, isso fica para um próximo texto.


            Hoje, vamos mesmo refletir sobre o tamanho da dor de cada um.


            Bom sábado!

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