Dia desses, caminhava atrás de um jovem musculoso vestindo bermuda e camiseta, onde se lia nas costas - Personal trainer.
Invejei, é claro, a pessoa que seria retirada da cama por aquele deus grego e, de quebra, ainda iria conseguir um corpo enxuto para o verão. Inveja boa, da branca.
Depois, com esta minha mania de ficar procurando outros lados nas coisas, pensei na inutilidade de se ter um físico privilegiado, um corpo saudável e, muitas vezes, uma mente doente ou limitada, daquelas que nem sabem porque e para que andamos pelo mundo.
E fiquei imaginando como seria bom se existissem personal trainers de alma, de vida, daqueles que acordariam os doentes de manhã já lhes ensinando a sorrir para o mundo, a agradecer a Deus por mais um dia e pelo alimento, a praticar logo uma boa ação, a valorizar o que realmente tem valor e abandonar as mesquinharias, a cuidar melhor de si e dos outros, enfim, uma pessoa que conseguisse despertar nos "clientes" valores essenciais, hábitos saudáveis, otimismo, fé, esperança, determinação. Conheço meia dúzia de fregueses que aproveitariam muito um profissional desses... Para alguns eu até pagaria, de bom grado!
Claro que o exercício físico também provoca descargas de substâncias benéficas ao humor, além de preparar o corpo para as batalhas diárias. Só que seu efeito passa e o deprimido volta a se enclausurar.
Além disso, as mentes pouco equilibradas tendem aos excessos e muitos viram "ratos de academia", numa repetição infindável de apoios, agachamentos, pesos, etc. E chegam a passar mal quando ficam vinte e quatro horas longe de uma esteira.
Nunca entendi porque em lugares paradisíacos, resorts fantásticos, praias deslumbrantes a poucos passos, os hotéis possuíam academias de ginástica. Então alguém trabalha o ano todo, gasta todas as suas economias num pacote turístico e vai "malhar"?!
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