segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

JANELA PARA O (SUB) MUNDO

 

                    A internet veio substituir os encontros e as presenças durante essa pandemia. E trouxe consolo para muita gente.

                 Num tempo recorde, pessoas que nem eram muito afeitas a esse mundo virtual precisaram aprender o básico, que lhes permitisse ver sua família e seus amigos, dar e receber notícias.

                No princípio, as redes sociais inflaram, quem já se comunicava através delas passou a depender cada vez mais daqueles canais de relacionamento para continuar vivendo, driblando a ansiedade e o medo, se informando.

             Até que, maldosamente, alguns começaram a disseminar notícias falsas, aumentando ou minimizando a tragédia que o mundo vivia e causando um grande desserviço para as pessoas. Gente crédula, ou com preguiça de procurar por fontes mais fidedignas, acabou se afastando das redes sociais, por pânico, ou confusão mental.

                 Como tudo sempre pode piorar, resolveram politizar a pandemia, as vacinas, os remédios, o afastamento, as máscaras, tudo que poderia ajudar a nos livrarmos logo desse coronavírus, que debocha da Ciência e se replica ao seu bel prazer. Ao invés da humanidade unida com o mesmo fim, uns ficaram puxando para um lado e outros para outro, causando brigas, confusão, dúvidas, descrença...e mais doença!

                 Home office, aulas on-line, testagens, vacinas, medo, tudo isso virou o novo normal nos últimos dois anos.

                   Aproveitando a reclusão das pessoas e o acesso ao mundo virtual de crianças, jovens, adultos, idosos e incautos, os golpes se sucedem, lesando pessoas crédulas ou pouco entendidas desse novo mundo.

               E a pornografia infantil, lamentavelmente, teve um “boom”! Meninas mandando “nudes” para desconhecidos, adultos filmando crianças e vendendo as fotos para os tarados. Enfim, com a desculpa de que precisavam de dinheiro, adolescentes partiram dos tais “packs” (tipo book pornográfico) para agendar programas e se prostituírem. Houve até um caso de uma tia que filmava o sobrinho pequeno e vendia as fotos para as mentes depravadas.

                A escola poderia e deveria alertar os jovens nesse sentido. Acontece que essas crianças estavam sem ir à escola, muitas sozinhas em casa o dia todo, fazendo e vendo o que bem entendiam nos celulares, tablets e computadores. Os pais, que certamente não deixariam seus filhos frequentarem inferninhos, zonas de prostituição, turmas de drogados, assaltantes e afins, acabam permitindo, sem saber, que eles vivenciem tudo isso nas telinhas e aprendam coisas erradas, valores negativos, lições perigosas. O resultado aparece diariamente nas crônicas policiais. É como trazer o submundo para o quarto colorido do seu filho ou filha.

                Tantos livros bons! Tantos momentos de encantamento, conhecimento e magia essa geração está perdendo, além da visão! Se os pais dessem o exemplo, levassem livros para suas horas de lazer, presenteassem com livros adequados a cada faixa etária, quem sabe essa geração seria outra e sentiria menos a dura realidade que vivemos.


 

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