sábado, 23 de outubro de 2021

HOME OFFICE

                         Não faz muito tempo, algumas reportagens mostravam empresas estrangeiras (e até algumas nacionais) experimentando essa nova forma de trabalhar e já então as opiniões divergiam. Para muitos, parecia impossível esperar rendimento de alguém que trabalharia com roupas confortáveis, entre os familiares e com toda uma rotina de casa em volta. Empresas de jovens preferencialmente, as chamadas startups, ousavam esperar mais criatividade e dedicação de quem não precisava acordar cedo, enfrentar trânsito e se vestir de forma apresentável.

                     Então, como uma avalanche, chegou a pandemia de Covid-19 e colocou quase todo mundo trabalhando em casa. Passado o primeiro susto, chegaram os ajustes. Um lugar sossegado dentro de apartamentos minúsculos, uma internet boa, um bom computador, uma cadeira adequada e um mínimo de sossego para a concentração necessária. Não foi fácil, não está sendo fácil e, mesmo assim, muitos continuam em home office e torcem para não precisarem voltar ao local de trabalho.

                     Como tudo na vida, o trabalho de casa não funcionou da mesma maneira para todos. Profissionais solteiros e bem equipados levaram vantagem. Pais de família com menos recursos e crianças em casa precisaram fazer milagres para produzir a contento. E os professores?!

                  Na semana do Dia do Professor, cabe uma reflexão mais detalhada do que significou esse ano de ensino à distância, criado do dia para a noite, sem treinamento e equipamentos adequados e atingindo resultados diferentes em cada região do país, cada cidade, cada realidade.

                     Fica até difícil traçar um painel dessa nova realidade escolar, tendo em vista que são muitos casos diferentes, clientelas, escolas e alunos diferentes. A única conclusão possível é que, mais do que nunca, ficou evidente o papel fundamental do professor e da escola na vida das crianças e dos adolescentes. Sabemos que milhares de alunos não conseguiram acompanhar as aulas por falta de estrutura em casa. Conhecemos casos de estudantes que foram parar nas clínicas psicológicas pela dificuldade de lidar com o afastamento dos colegas e amigos e com o confinamento da família e os atritos surgidos dentro dele. A opção era voltar à escola e colocar em risco a saúde de toda a família e a deles próprios.

                  E os professores? Como fizeram para superar as dificuldades enormes e conseguir lecionar para várias turmas de alunos utilizando uma ferramenta nova, que não dominavam, e realizando avaliações questionáveis, uma vez que os alunos resolviam as provas em casa, com todo auxílio familiar, livros abertos e tudo mais.

                      Pois PARABÉNS a esses guerreiros pouco valorizados, mal pagos e que, na maioria dos casos, conseguiram evitar o fracasso de um ano inteiro perdido (em alguns casos até dois).

                          Vocês são os nossos verdadeiros heróis!


 

 

Nenhum comentário: