quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

MINHA RETROSPECTIVA 2017



                    Olhar pra trás.
                    Nem sempre é bom, todavia, para se construir uma retrospectiva de um período, faz-se necessário.
                     Nesse ano, nosso país se perdeu nas mãos de maus administradores e pessoas profundamente desonestas. Perdemos o orgulho de sermos brasileiros e nos vimos amedrontados pela violência crescente e pelos desmandos de toda ordem. O ponto positivo foi a Polícia Federal ter conseguido destampar a panela fétida da corrupção e mostrar ao povo quem são os safados, os ladrões, os corruptos. Prendeu muitos deles, embora certo Ministro tenha o mau hábito de libertá-los... Cabe à PF, inclusive, a distinção de ser uma das únicas instituições que ainda mantém credibilidade nesse país devassado pelos malfeitores.
                     A natureza andou revoltada com o descaso do homem, com o excesso de lixo, com o desmatamento irresponsável e resolver assustar. Tempestades, furacões, vulcões, ressacas mostraram a nossa pequenez diante das catástrofes naturais.
Alguns líderes internacionais, de países poderosos, perderam o bom senso e a cautela e colocam em risco a paz mundial. Além disso, o fanatismo religioso continua vitimando inocentes.
                     O câncer se espalha descontroladamente, causado, quem sabe, pelos hábitos de vida poucos saudáveis, pela poluição, pela contaminação do ar e dos alimentos. Muitas famílias choram e se preocupam com essa doença terrível.
                     Os valores estão sendo postos em cheque num país que não incentiva a leitura, que não apresenta às crianças a boa música, que fomenta o erotismo nas crianças e jovens e que quer se dizer moderno quando tenta abolir todas as leis, toda a moral, todo o respeito por si próprio e pelo outro. Um país que não respeita os professores, que menospreza os idosos, que explora os aposentados, que mata os policiais que defendem a população e onde armas e drogas constituem a argamassa dos morros e favelas.
                       Infelizmente, chegamos ao ponto do cidadão de bem ficar preso em casa, enquanto os malfeitores desfilam soltos e fortemente armados por onde querem. Um lugar onde nosso salário não pode comprar coisas boas e bonitas e, quando pode, não pode ostentá-las por conta da cobiça da bandidagem. Um lugar onde as crianças já não podem andar um quarteirão sequer sozinhas e são assustadas em casa desde pequenas, para que aprendam a se proteger e defender.
                        Esse é o Brasil de 2017.
                        Mas não só esse. Existe ainda outro. Um país onde pessoas fazem trabalho voluntário nos asilos e nos hospitais. Gente que se dispõe a cozinhar e distribuir alimentos para moradores de rua. Professores que dão aulas gratuitas a jovens carentes que tentam acessar a Universidade, escritores que doam livros para bibliotecas e escolas sem recursos, procurando alargar os horizontes e formar cidadãos. Gente boa que trabalha no campo produzindo alimentos. E ainda há muitos que procuram praticar o bem.
                        Meu ano pessoal foi bom, porque tivemos saúde, tivemos união e, mesmo o único pedacinho da família que se encontra circunstancialmente desgarrado, se fez presente aqui neste final de ano, enchendo de alegria nosso coração saudoso.
                        O ponto alto do meu ano foi, sem dúvida, ter sido Patrona da 38ª Feira do Livro de Alegrete, onde vivi e revivi os melhores anos e as maiores emoções da minha vida e pude desfrutar de um reconhecimento que costuma ser apenas póstumo. Posso assegurar que, com vida e saúde, tudo fica ainda muito mais valioso!
                         Na 63ª Feira do Livro de Porto Alegre lancei meus novos livros, que agora somam catorze, sem contar as dezenas de Antologias em que tive a honra de participar.  Coube-me, também, falar sobre a saga dos escritores independentes, o que me deu bastante satisfação por se tratar de um assunto que conheço e vivencio anualmente. Meus livros nunca se pagam, sempre arco com um déficit previsível e assim será até que eu possa fazê-lo.
                         Completei sessenta e cinco anos, tenho uma mãe admirável de noventa e oito, três filhos que são para mim o suprassumo da minha existência, quatro netos maravilhosos, um marido companheiro, irmãos inteligentes, noras dedicadas, sobrinhos amorosos, enfim, muito mais a agradecer do que a pedir.
                         E uma memória seletiva que me protege e me livra de colocar fermento em coisas ruins.
                         Graças a Deus!
                         E que venha 2018!



 foto do grande artista alegretense - UBERTI.

Um comentário:

Eloah disse...

Bela retrospectiva.Se olharmos com os olhos do coração sentimos que entre as perdas e os ganhos no final ganhamos mais que perdemos.Feliz Ano Novo!