Minha amiga Shirley é cabeleireira e uma grande leitora.
Passo todos os livros que leio para ela.
Agora ela está lendo "Ravensbruck" , sobre o maior campo de concentração feminino.
Comentando no salão foi surpreendida com uma velha cliente que contou ter estado presente no final da guerra.
Ela e o marido são alemães e tinham vindo para o Brasil em busca de trabalho. Aqui casaram e tiveram 5 filhos. Estavam ricos.
Foram passear na Europa e tiveram seus passaportes confiscados por
serem alemães puros, os quais Hitler queria para purificar a raça.
Quando a guerra acabou, os russos entraram vitoriosos, saqueando e estuprando as moças nas casas.
A mãe dela distribuiu Gillettes às filhas e combinaram que cortariam os pulsos antes de serem violentadas.
Dois enormes soldados invadiram a casa e a mãe conseguiu lhes dar muita
bebida, até que caíssem e fossem arrastados para uma vala fora de casa.
No dia seguinte foi a vez de um oficial russo, cheio de medalhas.
A mãe implorou, falando no Brasil, na América do Sul e foram só as palavras que ele entendeu.
Disse a ela, então, que colocasse uma bandeira do Brasil pendurada do lado de fora da casa para proteger a sua família.
Ela rasgou um vestido verde, costurou um blusa amarela no meio, escreveu BRASIL bem grande e pendurou do lado de fora da casa.
Nunca mais foram molestados e ainda conseguiram passaportes para voltar
ao Brasil. Sem nada, só com a roupa do corpo, mas livres e seguros.
Achei uma boa história para contar no Dia da Bandeira.
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