domingo, 19 de novembro de 2017

Dia da Bandeira

                             Minha amiga Shirley é cabeleireira e uma grande leitora.
                             Passo todos os livros que leio para ela.
                             Agora ela está lendo "Ravensbruck" , sobre o maior campo de concentração feminino.
                            Comentando no salão foi surpreendida com uma velha cliente que contou ter estado presente no final da guerra.
                            Ela e o marido são alemães e tinham vindo para o Brasil em busca de trabalho. Aqui casaram e tiveram 5 filhos. Estavam ricos.
                            Foram passear na Europa e tiveram seus passaportes confiscados por serem alemães puros, os quais Hitler queria para purificar a raça.
                            Quando a guerra acabou, os russos entraram vitoriosos, saqueando e estuprando as moças nas casas.
                           A mãe dela distribuiu Gillettes às filhas e combinaram que cortariam os pulsos antes de serem violentadas.
                           Dois enormes soldados invadiram a casa e a mãe conseguiu lhes dar muita bebida, até que caíssem e fossem arrastados para uma vala fora de casa.
                           No dia seguinte foi a vez de um oficial russo, cheio de medalhas.
                           A mãe implorou, falando no Brasil, na América do Sul e foram só as palavras que ele entendeu.
                           Disse a ela, então, que colocasse uma bandeira do Brasil pendurada do lado de fora da casa para proteger a sua família.
                          Ela rasgou um vestido verde, costurou um blusa amarela no meio, escreveu BRASIL bem grande e pendurou do lado de fora da casa.
                          Nunca mais foram molestados e ainda conseguiram passaportes para voltar ao Brasil. Sem nada, só com a roupa do corpo, mas livres e seguros.
                          Achei uma boa história para contar no Dia da Bandeira.




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