sábado, 14 de outubro de 2017

PROFESSOR - UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO




 15 de Outubro - dia consagrado aos professores, instituído no tempo em que se valorizava, respeitava e amava o Mestre.
 Hoje, a não ser para os pequeninos, significa apenas mais um feriado escolar, um dia a menos para ter de aturar a escola e os professores.  De nada valem as homenagens, as flores, os presentes (que tão poucos professores recebem), se não houver um verdadeiro reconhecimento da profissão.
Numa falta de perspectiva histórica absoluta, os governantes e a sociedade adulta estão de costas para a realidade educacional do país. Da mesma forma que procuram ignorar a ecologia e a sua importância para a vida do planeta, ignoram também a educação, dela fazendo uso apenas como meta de campanhas eleitoreiras. Meta que não pretendem cumprir, sendo a primeira a ser esquecida depois das eleições.
Como se atrevem tantos políticos a repetir exaustivamente a pseudo-prioridade que darão à educação, quando poucos se importam com a falta total de recursos das escolas, com o material escolar inexistente e a falta de preparo dos professores, ocasionada pelos baixos salários?
O que se vê atualmente são professores ingressando nas faculdades de Educação (quando ingressam!) porque foram aprovados em segunda opção e não conseguiram entrar no curso que queriam ou de onde esperavam maior retorno. Ninguém mais, em sã consciência, procura realização e dignidade no Magistério, mesmo porque não encontrariam. Os professores habilitados não são valorizados e acabam mudando de emprego ou acumulando cargos e funções, o que prejudica a formação do aluno. Outros ingressam na carreira cheios de sonhos e planos de aprimoramento - que nunca se realizam. Alguns se acomodam, se desestimulam, vão levando... e quem perde é também o aluno.
Numa época em que os filhos estão, mais do que nunca, precisando de uma orientação segura, de uma preparação efetiva para enfrentar o mercado cada vez mais competitivo... exatamente num tempo como o nosso, o professor é tão pouco valorizado que só tem duas opções: desiste ou se acomoda.
Quem já terá parado para pensar em quem serão os mestres das gerações futuras?
Cada vez menos preparados, converge ao Magistério (pelo menos nas grandes Universidades) apenas a sucata  dos jovens que concluem o Segundo Grau. E nem poderia ser diferente. Com que argumentos convenceríamos esses jovens a serem professores? Dizendo, talvez, que terão que comprar material para o trabalho de seu próprio bolso, aguentar desaforos e malcriações dos filhos alheios, fazer provas, provinhas e provões que serão corrigidos nos finais – de - semana, participar de uma infinidade de reuniões e conselhos totalmente infrutíferos e precisar fazer, no mínimo, uma greve por ano para lembrar aos governantes que professor também precisa comer?
Pois é, ao invés de tantas homenagens superficiais, seria bem melhor que, no dia 15 de Outubro, as autoridades, os pais e os alunos fizessem uma reflexão sobre a situação atual e real dos professores e a lacuna profunda que a falta ou a baixa qualidade deles causará nesta e nas futuras gerações.
Eu sou professora porque tive excelentes professores, a quem aprendi a admirar e a respeitar. Mas estes ... já são espécies em extinção!







Nenhum comentário: