quarta-feira, 26 de março de 2014

O QUE SIGNIFICA SER AVÓ?


             No que realmente consiste este papel inigualável que nos é atribuído mais ou menos na metade da vida, ou no último terço dela?
                Não gosto de frases feitas, ou de sentimentos rotulados. Cada um é e sente da sua maneira e o resto é hipocrisia.
                Sou apaixonada pelos mais novos integrantes da família e tenho um elo fortíssimo com eles. Bruna, de 5 anos, é quase filha, porque criada comigo desde que a mãe voltou ao trabalho. Lucas da mesma forma; apesar de termos um pouco menos de contato, nossa relação é de afinidade total. E agora a pequena Alice, que me foi confiada aos cinco meses, não sai do meu colo para os braços de ninguém.
                Agora, o que é realmente ser avó?
                Como tudo na vida, para cada um há de ser diferente, portanto só posso descrever como é para mim.
                 Em primeiro lugar, ver estes bebês chegarem dá uma sensação de perenidade, de eternidade.
                 Depois, procuramos a todo instante traços físicos, de personalidade e aptidões que remetam ao nosso filho (ou filha) ou a outro membro da nossa família.
                 Ficamos enternecidos ao reconhecer naquele pedacinho de gente a infância dos nossos filhos e custamos a aceitar (às vezes bem evidentes) características pertencentes à outra família de onde nosso neto se originou.
                 Nossos filhos são absolutamente nossos. Nossos netos têm a metade do DNA de outra família e isso muitas vezes não é simples de aceitar. Papai e mamãe são únicos, vovô e vovó precisam ser diferenciados pelo nome, uma vez que as crianças normalmente têm, no mínimo, dois casais de avós (atualmente bem mais do que isso).
                 Ser avó também é ter um limite de participação futura, pois não são muitos os avós que chegam a ver seus netos se formarem, casarem, terem seus próprios filhos.
                  Enfim, aquela história de "mãe com açúcar, mãe duas vezes" tem um pouco de folclore, pois, por mais que sejamos apaixonados por nossos netos, o papel de mãe é muito forte, diria até insuperável para mim. Bruna diz que "vó é mãe sessenta, noventa vezes; mas que da Alice devo ser apenas um vez, senão ela ficará com ciúmes!"
                  O essencial é a dose de paciência que os avós têm, bem maior que a dos pais. A gente tem mais tempo de ouvir os netos, permitir que eles exponham suas razões, contrapor com outras, até chegar a um denominador comum, sem gritos, ameaças e castigos. Porque os avós já não estão matando um leão por dia para conseguir sua subsistência e para preparar o futuro dos filhos.
                    Ser avó não significa fazer sempre todas as vontades dos netos, pois como poderíamos deseducar uma criança que convive diariamente conosco? Não dá pra satisfazer todos os caprichos, nem encher de balas antes do almoço, nem permitir que brinque com os cristais.
                   Amor a gente demonstra também educando, desenvolvendo, estimulando, orientando, além, é claro, de muitos beijos, colos, brinquedos e abraços, porque é uma música para nossos ouvidos aquelas vozinhas pela casa:
                 - Vovó!






3 comentários:

Fernanda disse...

Maria Luiza, os seus netos são muito privilegiados por a terem como avó. Felizmente, sei que esse sentimento é recíproco!

Beijinho

P.S. Vou divulgar este texto na minha página do F.B.

Anônimo disse...

Texto muito bom,"vó coruja"! Elizabete

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida
Verdade!!!
Ouvir: - vovó! é curador...
Bjm fraterno de paz e bem