quarta-feira, 2 de novembro de 2016

REFLEXÃO UM TANTINHO FÚNEBRE



              Cruzes! Em plena Primavera vem alguém falar em coisas fúnebres? Bate na madeira!
              Calma! É só uma reflexão e a morte é o outro lado da moeda da vida, de vez em quando dá vontade de espiá-la, por que não?
               Quando nos sentimos cansados demais, estressados demais, fora do controle do nosso próprio tempo e da vida em si, duvido que você nunca tenha pensado na morte como libertação ou descanso, mesmo que apenas por alguns segundos.
                Para tentar encará-la com naturalidade (o que deveria ser feito sempre, pois é a única certeza que temos desde o nascimento), vamos contabilizando algumas "vantagens", afinal, o ser humano em geral e o brasileiro em particular sempre tem quem levar alguma vantagem em suas barganhas.
                 Por exemplo, morrendo não precisaríamos mais temer pelo futuro dos nossos netos, num planeta devastado, sob o império da violência. Nem pelas uniões dos casais que geraram os netos, denotando uma fragilidade e uma provisoriedade incríveis, sempre às turras por qualquer bobagem.
                Deixaríamos de suar frio na cadeira do dentista e na hora de preencher o cheque para ele também.
                Nunca mais enfrentaríamos as demoradas filas de banco.
               Não precisaríamos mais declarar (nem pagar) Imposto de Renda, dando uma banana para o "leão" da Receita Federal.
              Perderíamos o medo das doenças, do sofrimento e da morte. Livres dos desconfortáveis e assustadores "exames preventivos".
               Seríamos poupados de dar e ouvir tantas explicações... E não nos decepcionaríamos mais.
                Finalmente deixaríamos de brigar com o relógio, querendo pará-lo quando estamos atrasados e fazendo com que ande mais rápido nas atividades chatas e cansativas, ou ainda nas longas esperas.
                Decretaríamos o término (definitivo) da nossa briga com o espelho, a balança e a gravidade.
                 Não precisaríamos mais ficar insistindo para que as pessoas lessem e comprassem livros, mostrando-lhes incansavelmente a magia e o prazer da leitura.
                Enfim, até pra morrer não nos faltam motivos.
                É claro que a lista de razões para viver é bem mais extensa. E os motivos mais robustos.
                Só que hoje minha reflexão é sobre a morte - o outro lado da vida. Tão natural quanto ela. Tão inexorável quanto.
                 Já pensou nisso?





Nenhum comentário: