quarta-feira, 9 de novembro de 2016

9 DE NOVEMBRO




                         Obrigada, Senhor, por ter nascido há 67 anos!

                         Num tempo sem tanta tecnologia, mas muita fruta madura no pé.

                         Num tempo de liberdade, com medo apenas do escuro e de assombrações.

                        Agradeço aos Céus por ter vivido minha infância nos pátios, pulando muros, correndo nas calçadas e até no meio da rua (raramente passava um carro, bem devagar), indo a pé para a escola com os amigos e vizinhos e ao cinema sempre aos domingos.

                        Sem televisão, sem computador, sem celular a vida era tão mais intensa e saborosa!

                        Os pais olhavam para os filhos quando conversavam com eles, os vizinhos se conheciam e se visitavam e nem de automóvel a gente sentia falta.

                        Ninguém falava em política, nem brigava pelas ideias ou gostos de cada um. As pessoas se respeitavam mais.

                       Havia muito mais camaradagem e a gente tinha orgulho do lugar onde nascera e onde vivia.

                       Os mais velhos eram respeitados, os professores também e as crianças sabiam que deviam ouvir e obedecer aos adultos.

                       Obrigada, Senhor, por ter nascido em 1952, no Brasil, no Rio Grande do Sul e em Alegrete!

                       Não trocaria meu tempo de criança, adolescente, jovem por nenhum avanço tecnológico.

                        Que bom que nasci num tempo em que as pessoas liam muito, aprendiam a tocar um instrumento, dançavam nos bailes, namoravam de mãos dadas.

                       Foi muito bom comer frutas e verduras sem agrotóxico, carnes sem hormônios, leites puros.

                       Mil vezes ter lavado tantas fraldas de pano do que ver os lixões cheios de fraldas descartáveis e sacolas de plásticos com cocô de cachorro, num mau cheiro insuportável.

                       Muito melhor não ter comida pronta, nem forno de micro-ondas e comer alimentos frescos e saudáveis, cozidos no fogão à lenha.

                       Mais uma vez, Deus Pai, no dia do meu 66º aniversário, quero agradecer pela época e pelo lugar onde nasci, pela família e pelos amigos maravilhosos que me deste e pela Fé que faço de tudo para não perder.

                      Oxalá meus filhos e netos consigam descobrir os valores reais da vida e viver num mundo bem melhor do que este.

                      Deus queira!




2 comentários:

Ana Luiza Carivali disse...

Nascemos no mesmo ano, mesma cidade Alegrete, sou de Janeiro, e tudo que descreves também vivi.É muito prazeroso ter tido infância de pé descalço, comer fruta do pé, água não era garrafa, brincava até a hora de chamar para a janta. Sim, fizemos parte de uma época dourada, éramos felizes com certeza . Parabéns e que venham outros aniversários.

Marilia disse...

Maria Luiza, parabéns pelo teu aniversário e parabéns por essa crônica, com relatos também muito familiares para mim. Sou igualmente muito grata pela vida que tive na infância e juventude - tão saudável, tão calma, tão simples, tão rica em valores e onde não havia espaço para o desrespeito (e suas variantes), que viceja hoje em todos os lugares.
Que tenhas alegrias, disposição e saúde, neste novo ano de vida, amiga!