sexta-feira, 25 de março de 2016

SEM FÉ FICA AINDA MAIS DIFÍCIL



               Reflexão pertinente para uma sexta-feira santa: o homem está perdendo a fé?
               Em quem ou em quê o ser humano ainda acredita?
              Nele mesmo? Acho que não. Os problemas psicológicos se agigantam e a autoestima das pessoas parece estar descendo a ladeira.
               Nos outros? Menos ainda, a desconfiança se generalizou e parece que ninguém mais é confiável.
                Em deuses? Do bem, do mal, do dinheiro, do poder, da sedução, do prazer? Talvez.
                Em Deus? Tomara! Porque, sem Ele esta selva de pedra ficaria inaguentável, inabitável, insustentável.
                Sou católica, todos na minha família o são. Fui criada sofrendo na Semana Santa com aquela paixão de Cristo me fazendo morrer de pena daquele Jesus Cristinho e rezando para não ficar com raiva daquele "pai desnaturado" que deixou seu filho ser crucificado.
                 Parecia que as sextas-feiras santas eram cinzentas, diziam que nem os pássaros cantavam. A gente não podia gritar, ouvir música ou brigar. Quem sabe por isso não apanhávamos neste dia, o que também era proibido. No sábado as desavenças costumavam "tirar a aleluia", brigando, batendo e xingando tudo o que queriam.
                 A única transgressão na minha casa dizia respeito ao jejum da sexta-feira. Minha avó costuma preparar verdadeiros banquetes regados a camarão e bacalhau e este almoço sempre superava o do domingo de Páscoa. Mantive a tradição (embora sempre a criticasse) e hoje minha família aguarda ansiosa pelo almoço que vou preparar daqui a pouco.
                 O sol radioso de Floripa convida para uma praia. O feriado, o céu azul, a profusão de frutos do mar... como celebrar convenientemente a sexta-feira santa, repetindo um ritual de mais de dois mil anos, com uma moldura dessas?
                 Além disso, pelos feriados, os filhos distantes costumam chegar e a alegria é inevitável. A geladeira se apequena para tantos agrados.
                  Mesmo assim, preocupa-me muito a diminuição da Fé nas pessoas. Bem como o Amor (que compõe seu recheio), a Fé é uma plantinha de estufa que precisa de cuidados sistemáticos para que não adoeça ou até morra.
                   O que seria de nós sem Fé? Sem acreditar num real sentido para nossa vida terrena, em explicações plausíveis para tudo o que enfrentamos por aqui, sem esperança de dias melhores e uma mão amiga a nos proteger?
                   Por isso, hoje, mais do que nunca, precisamos reservar um momento para conversar com nosso Criador, abrir nosso coração, relatar nossas dificuldades, pedir muito perdão (até por nossa pouca Fé), agradecer tantas dádivas e pedir que nunca deixemos de crer, uma vez que, sem essa crença, estaríamos destinados ao pior dos sofrimentos - aquele de quem não vê escapatória numa vida fadada à morte apenas.
                   Feito isso, coração abrandado...

                    - Vamos ao bacalhau!

 
 

Um comentário:

Roselia Bezerra disse...

Bom dia, querida Maria!
Bom almoço em família, creio que Deus fica muito feliz em ver vcs unidos...
Abençoado duo Pascal para vc e os seus amados!
Bjm muito fraterno