Não me lembro de já ter me sentido tão pequena antes... tão
impotente, tão nada diante do futuro da sociedade e do país.
Não sei quem plantou em nosso entendimento uma falácia de
que é o povo que decide, o povo que manda, o povo que governa. Mentira descabida...
se nem o presidente governa, logo o pobre do povo é que vai apitar alguma
coisa?!
É muito triste chegar ao final do ano de bolsos vazios, sem
ter recebido aumento algum no salário, isso que fazemos parte fundamental de
uma “pátria educadora”... Chegamos ao final de carreira sabendo que cumprimos
todas as normas, fizemos todas as especializações e pós-graduações existentes
no país e, mesmo assim, fomos sempre nivelados por baixo.
Ver o filho médico e
a nora enfermeira lamentando o descaso com os doentes, a precariedade dos hospitais,
a ineficiência total na saúde, com poucos profissionais e sempre mal
remunerados, numa rotina extenuante que compromete seriamente a saúde deles também
e não consegue salvar quase ninguém, principalmente os que ficam rolando em
macas pelos corredores.
É revoltante saber dos milhões, bilhões desviados dos cofres
públicos para pagar campanhas eleitorais e propinas para os ricos ficarem ainda
mais ricos e mentirem aos pobres que estão sempre trabalhando para eles, para melhorar
a vida deles, para dar casa e comida aos miseráveis, enquanto enviam dinheiro
para paraísos fiscais e constroem mansões para si mesmos e seus apadrinhados.
Dói constatar que aqueles colarinhos brancos, envolvidos em
toda sorte de conchavos, fazendo troca-troca, toma lá dá cá, recebendo
mordomias e salários incalculáveis, estão lá com o nosso voto, com aquele
aperto burro que demos no botão “confirma” da urna eletrônica.
Pensar que, sempre que o governo precisa apertar o cinto,
diminuir seus gastos astronômicos, é na Saúde, na Segurança e na Educação que
ele corta primeiro. Logo no tripé que sustenta todos os mentirosos discursos
dessa politicalha, quando busca conseguir o voto dos incautos e vilipendiados.
Quem não era ladrão está se tornando, pelo mau exemplo dos
poderosos e pelo desemprego crescente. E nossos filhos correm cada vez mais
riscos, os idosos são derrubados nas portas dos bancos quando vão receber sua
mísera aposentadoria, ninguém mais está seguro em lugar algum.
E dizer que eu precisava falar do Natal. Eu queria desejar
um feliz Natal aos meus leitores, mas sou realista e verdadeira demais para
fingir que nada disso me abala. Procurei no Natal seu sentido maior e
religioso, porque há que se ter cada vez mais Fé, senão nos homens, pelo menos nos
anjos.
Que o Menino Jesus nasça em forma de esperança para tantas
famílias que sofrem com doenças; a tantos que perderam pessoas queridas e
passarão sem elas o primeiro Natal; a quem não pode comprar nenhum brinquedinho
para suas crianças, tampouco tem o que colocar no pratinho delas; a quem está
distante das pessoas amadas; a quem sofre com tristeza e depressão; a quem
perdeu a esperança nos homens e na vida; a quem vive com medo; a quem não consegue
emagrecer; a quem não consegue abandonar seus vícios; a quem sofre com
injustiças; a quem não consegue emprego e não sabe como honrar seus compromissos;
a quem perdeu a fé e, portanto, não vê saída para suas aflições e incertezas.
Nasce para eles Jesus! Faz com que, em meio a tanta
tristeza, eles descubram que Natal é o Teu aniversário e a Tua mensagem foi, sobretudo,
de amor e de paz!
Feliz Natal meus amigos!
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