quarta-feira, 18 de novembro de 2015

TEMPO VIRTUAL



Que não me criei diante de um computador é fato conhecido, principalmente dos meus contemporâneos.

Sempre fui resistente a tudo o que fosse elétrico, eletrônico ou moderno. Por isso, meus filhos já usavam o computador para estudo e eu ainda me ufanava da minha velha maquininha portátil, que me auxiliara em duas teses acadêmicas. Da “tal máquina” eu só me aproximava para tirar a poeira e botar defeitos.

Hoje, penso como teria sido a minha vida, a minha adolescência, se já existisse o computador, a internet, a banda larga. Eu vivia de castigo, proibida  de quase tudo e só tinha por perto irmãos homens. Certamente teria publicado meu primeiro livro bem mais cedo. Quem sabe teria namorado um estrangeiro, viajado para outros países, arranjado um emprego ou curso das tantas coisas que gostava e que não havia na minha cidadezinha.

Enfim, seria diferente, com certeza.
Hoje, as pessoas se questionam sobre o tempo gasto diante do computador e a perda do contato real com a vida e com as pessoas. O “normal” seria ter um dia movimentado, maravilhoso e reservar algum tempo para dar um alô aos amigos distantes, ou navegar na internet.

E quando o dia todo é chato e a melhor hora do dia é esta que passamos aqui, com todos os amigos e leitores dentro da máquina? Será anormal?

Não manejo com muita desenvoltura as ferramentas para recebê-los melhor por aqui, mas o importante deve ser o texto, a reflexão, algo que possibilite pensar e até discordar de mim.

Ainda vivo perdendo coisas por aqui; este texto, por exemplo, está sendo reescrito no Word, pois já não é a primeira vez que mando publicar e o blog some com tudo o que escrevi.

Mesmo assim, adoro saber que várias pessoas passam por aqui, deixam comentários que levo muito a sério, outras ficam escondidinhas atrás da cortina e eu me permito fantasiar sobre suas identidades, mas sei que andaram por lá,  leram e isso é o que importa.

Tempo virtual esgotado.
Hora de passear com a Pitty, que ainda não domina o teclado e prefere latir para seus pretendentes.





Um comentário:

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida
Bom ler o que escreve... também entrei tarde no mundo virtual e não podemos mesmo depender dele pra tudo... ou seja, deixar de viver jamais!
Bjm fraterno