Não pretendia
escrever nesses dias de Bienal, curtindo ao máximo minha estreia nesta Feira
literária internacional, que é a maior do gênero na América Latina.
As últimas
publicações a respeito do fim trágico do menino Bernardo, um gauchinho de apenas
11 anos exterminado pela madrasta com a conivência do próprio pai, me tiraram o
sono e me trouxeram de volta ao teclado, já no meio da viagem. Pelo menino já
não há nada que se possa fazer, mas outros bernardos e bernardas com certeza
temos a obrigação de prevenir e proteger.
Nem vou me referir
à morte, já praticamente esclarecida, mas à vida dessa criança, que já havia
perdido a mãe de forma trágica e vivia à mercê de um pai banana e de uma mulher
inescrupulosa e má.
Ouvindo a gravação
de um vídeo, de um entre tantos embates que a criança sofreu, diante de quem
tinha a obrigação de protegê-lo, não se pode deixar de pensar na falha total do
pai, permitindo que seu filho fosse ofendido, menosprezado e ameaçado por alguém
que entrou na sua vida bem depois dele e que entrou sabendo que ele tinha um
filho e que deveria amá-lo e protegê-lo para sempre, de tudo e de todos.
Então um pai
ouve um filho gritar “Socorro!” e vai filmar e tentar dialogar?! Me poupe! Quem
tem filhos, tem netos, tem coração não consegue ficar indiferente à tortura
psicológica que essa criança vinha sofrendo, pois nem o pior dos bandidos,
filho da mulher mais rameira, admite que alguém fale mal da sua mãe diante
dele! E o coitadinho ouvia isso o tempo todo e tentava, chorando, defender a
memória daquela que lhe deu a vida. Natural, humano, esperável.
A pessoa que se
une a alguém que já tem filhos deve ter uma capacidade de amor maior ainda,
pois sabe que terá mais alguém para cativar e amar, lembrando sempre que aquela
criança é filho ou filha do seu companheiro ou companheira e não vendo naquele
inocente apenas o ciúme e a rivalidade de uma relação anterior.
Como aquele pai
conseguia ainda dialogar com a bandida que ameaçava seu filho de morte e, com
ela, ia dopar o menino à força para que ele se acalmasse? Quando a pobre
criança só precisava de amor, de colo, de conversa, de que o ouvissem e o
confortassem por ter que viver numa casa que não sentia como sua e numa família
que o excluía.
Feliz da
filhinha desse casal que se livrou deles e ainda vai ser criada por gente
normal, capaz de compreender, tolerar e amar.
Por que só os
filhos de pais juntos têm o direto de serem geniosos ou mal educados?
E os filhos de
pais separados que, durante a concepção deles, juraram amor eterno não têm
direito de se revoltar, de protestar, de reclamar?
Que pais são
esses?
Que pai é esse?
Porque, ao que parece, as mãos são bem mais protetoras dos seus rebentos.
As
crianças precisam ser ouvidas, ser respeitadas, ainda mais uma criança que já
sabe se manifestar e sofre com a falta daquela que devia amá-lo mais, ao invés
de tirar a própria vida por ciúmes e amor a quem não merecia, deixando o filho
à mercê da tirana, de uma mulher má e da omissão do total do homem que não sabe
se impor para defender o filho.
Companheiros
a gente encontra e vai encontrando no decorrer da vida, filhos são para sempre!
Tomara
que esse caso triste sirva de alerta para tantas famílias que agregam filhos de
outros relacionamentos, para que multipliquem o amor e a compreensão, para que
procurem formar uma grande família, sem excluir ou privilegiar ninguém e que os
pais prestem muita atenção ao comportamento e às queixas dos filhos, pois eles
sabem sentir e as crianças são bem mais sinceras e autênticas que os adultos. Mais
indefesas também, por isso, cabe aos pais protegê-las de tudo e de todos.
Amor
nunca é demais!!!
Um comentário:
outro video deu uma virada no caso. vi ontem. agora é quase certo que o casal assassinou tb a mãe do menino. é um caso macabro que devemos denunciar, mas agradecer por serem casos isolados de pessoas podres. que tenham a punição merecida pela lei.
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