quinta-feira, 14 de agosto de 2014

FORMIGAS ATÔNITAS




           Por diversas vezes citei aqui a necessidade de viajarmos de avião e olharmos pela janelinha. É um choque de insignificância necessário para certos egos.
          O que vemos além das nuvens? Grandes matas, grandes rios, grandes extensões de terra e pequenos redutos de casas e formiguinhas feito carros, caminhões e gentes espremendo-se entre elas. Pois essas somos nós, com nossos “imensos problemas”, um nada diante do que nos cerca.
          Além dessa constatação, tenho refletido sobre outro aspecto: como esses seres minúsculos conseguem prejudicar tanto uma natureza tão majestosa? Será que realmente causamos tanto estrago assim? Mesmo sabendo que a maioria do planeta jamais foi sequer visitada por um ser humano?
         Ontem, foi mais um dia em que ficamos catatônicos diante da TV, assistindo as notícias da tragédia que vitimou o candidato à Presidência - Eduardo Campos e mais seis pessoas, todos jovens, cheios de futuro e brilhantismo pela frente. Como uma avalanche, um tsunami,uma das chapas foi praticamente  varrida do mapa eleitoral, exatamente aquela que faria a maior diferença no resultado do pleito e nas propostas apresentadas.
          Como sempre acontece nesses casos, atos de bravura, de coragem, de solidariedade multiplicam-se e resgates milagrosos acontecem.A par disso, a vilania do ser humano também aflora e o sadismo de alguns proporciona cenas dantescas, fotos horripilantes , numa falta de humanidade absolutas, É o lado mais abjeto de alguns seres que nem podem ser chamados de humanos encontrando reciprocidade em outros , ávidos por ver e saber dos detalhes mais escabrosos, num desrespeito crucial à família e à memória do grande homem público que se foi.
          Quem fica? Quem vai? Quem determina?
          Mais uma vez, diante da arrogância e prepotência de muitos, fica patente que não somos nada, não temos poder algum diante de uma tragédia dessas e, mais uma vez, tomamos consciência de que não passamos de formiguinhas atônitas.
           Essa é a verdade.








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