sexta-feira, 11 de julho de 2014

NÃO BASTA VIVER




                                Nascer, viver e morrer é o ciclo da vida. Que se repete e se repetirá ad infinitum, indiferente à nossa vontade.
                              Sobre o início da vida não temos controle algum. Nascemos onde, como e de quem estiver decidido por outras pessoas, pelo destino, ou por Deus.
                              Quando a vida termina, geralmente nos pega de surpresa, ou nos prepara lentamente, às vezes com dor e sofrimento. Quase ninguém quer morrer, uns por medo, a maioria por pena das pessoas que terão de deixar.
                             Nosso domínio, ou quase isso, se restringe ao tempo que transcorre entre o início e o fim da nossa trajetória por aqui. Não se pode viver em estado contemplativo apenas, atribuindo tudo aos outros ou a forças sobrenaturais. Também de nada servirá viver mecanicamente, cumprindo uma rotina cansativa, quando não estafante, sem um sentido maior que o de cansar corpo e mente e acompanhar o envelhecimento pelos espelhos.
                           Além de viver é preciso que se reflita sobre a vida, que se procure entender o verdadeiro significado da nossa passagem por aqui e dos nossos atos. Temos que tentar compreender a difícil convivência entre as pessoas, os valores de cada um, o senso comum, as regras sociais e as penas impostas a quem as infringe.
                          Só os loucos, em todos os sentidos onde cabe a palavra, de todas as loucuras, boas e más, conseguem passar incólumes pelas exigências dos grupos formados entre pessoas e atividades afins. Só eles podem transgredir, muitas vezes, genialmente, sem se importar com represálias, ou críticas ácidas.
                          A maioria da humanidade segue como um obediente rebanho a caminho do matadouro. Caminhando sempre, no passo que o tropeiro permite, sem questionar, ou se rebelar, porque sabe que não tem saída. No trajeto, vão se distraindo com a inocência dos bezerros, com as estripulias dos novilhos, com o pasto verdinho, com a água fresca dos riachos. Mas a marcha continua e o fim é certeiro.
                        Daí a importância de se repensar os sinais dos tempos, discuti-los, procurar forças e explicações em cada crença, reunir-se aos demais, amar sem limites, inundando o coração e a vida de bons fluidos, que superem a agrura das certezas quanto à finitude humana.
                       É isso que procuro fazer nos meus textos e nos meus livros. Pensar junto, rir junto, comentar os detalhes, esmiuçar as incompreensões, salpicar de humor e esperança as páginas mais difíceis e abrandá-las com os sonhos cor-de-rosa que conservamos do começo.
                      Se, durante a caminhada, a vida te der muitos limões, adoce com sorrisos, beijos e abraços e faça logo uma deliciosa limonada!
                     Estamos juntos!
                     Saúde!




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