Nascer, viver e morrer é o ciclo da vida. Que se repete e se
repetirá ad infinitum, indiferente à
nossa vontade.
Sobre o início da vida não temos controle algum. Nascemos
onde, como e de quem estiver decidido por outras pessoas, pelo destino, ou por
Deus.
Quando a vida termina, geralmente nos pega de surpresa, ou
nos prepara lentamente, às vezes com dor e sofrimento. Quase ninguém quer
morrer, uns por medo, a maioria por pena das pessoas que terão de deixar.
Nosso domínio, ou
quase isso, se restringe ao tempo que transcorre entre o início e o fim da
nossa trajetória por aqui. Não se pode viver em estado contemplativo apenas,
atribuindo tudo aos outros ou a forças sobrenaturais. Também de nada servirá
viver mecanicamente, cumprindo uma rotina cansativa, quando não estafante, sem
um sentido maior que o de cansar corpo e mente e acompanhar o envelhecimento
pelos espelhos.
Além de viver é preciso que se reflita sobre a vida, que se procure
entender o verdadeiro significado da nossa passagem por aqui e dos nossos atos.
Temos que tentar compreender a difícil convivência entre as pessoas, os valores
de cada um, o senso comum, as regras sociais e as penas impostas a quem as
infringe.
Só os loucos, em todos os sentidos onde cabe a palavra, de
todas as loucuras, boas e más, conseguem passar incólumes pelas exigências dos
grupos formados entre pessoas e atividades afins. Só eles podem transgredir,
muitas vezes, genialmente, sem se importar com represálias, ou críticas ácidas.
A maioria da humanidade segue como um obediente rebanho a
caminho do matadouro. Caminhando sempre, no passo que o tropeiro permite, sem
questionar, ou se rebelar, porque sabe que não tem saída. No trajeto, vão se
distraindo com a inocência dos bezerros, com as estripulias dos novilhos, com o
pasto verdinho, com a água fresca dos riachos. Mas a marcha continua e o fim é
certeiro.
Daí a importância de se repensar os sinais dos tempos,
discuti-los, procurar forças e explicações em cada crença, reunir-se aos
demais, amar sem limites, inundando o coração e a vida de bons fluidos, que
superem a agrura das certezas quanto à finitude humana.
É isso que procuro fazer nos meus textos e nos meus livros.
Pensar junto, rir junto, comentar os detalhes, esmiuçar as incompreensões,
salpicar de humor e esperança as páginas mais difíceis e abrandá-las com os
sonhos cor-de-rosa que conservamos do começo.
Se, durante a caminhada, a vida te der muitos limões, adoce
com sorrisos, beijos e abraços e faça logo uma deliciosa limonada!
Estamos juntos!
Saúde!
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