Tudo o que se deseja é uma harmonia entre corpo e mente, como
apregoa uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal: “mens sana in corpore sano”.
Agora, não é tarefa fácil não!
Como na maioria das coisas o essencial é o “equilíbrio”,
cortando os excessos, diminuindo a adrenalina, respeitando os limites. Nada de
fazer ginástica alucinadamente sete dias por semana, várias horas por dia. Ler
até a madrugada e o dia todo também não saudável, nem para os olhos, tampouco
para a convivência familiar. Neste “ler” está incluído ler mensagens no celular
e nas redes sociais. E os joguinhos então! Ficar horas a fio alheios a tudo e a
todos à sua volta para passar de fase, é mais do que um contra senso, é um
desperdício de vida!
Minha mãe costuma dizer que tem cabeça de cinquenta e pernas
de cem anos. Achamos graça, no entanto, é verdadeiro. Com as limitações físicas
da idade ela já não pode correr, mas raciocina como poucos e tem uma memória
admirável.
Nesta manhã especialmente, comprovei a tese de que nem
sempre nossos neurônios e nossos músculos caminham no mesmo ritmo. Numa manhã
fria, com a cama quentinha e macia, o corpo cansado de cuidar das netinhas
queria ficar mais tempo ali imóvel, relaxado. E quem diz que a cabeça deixou?
Desde a madrugada criando finais e inícios de textos, revisando outros,
organizando a agenda. Caduquice? Não, prefiro pensar em descompasso. O que
estava cansado, por ter sido exigido demais, eram os músculos e não o cérebro,
porque ele é pouco usado na cantoria da Galinha Pintadinha.
As pessoas que passam a vida cuidando do corpo, às vezes com
exagero, mas trabalhando músculos, estimulando a respiração e o coração,
comendo direito, certamente se movimentarão mais e melhor na terceira idade.
Os que estimularam a cabeça com leituras, aprendizados, informação,
com certeza terão mais lucidez e bom papos até bem tarde na vida.
A questão é: o que fazer para harmonizar os dois?
Como chegar à velhice caminhando, conversando e produzindo regularmente?
Equilíbrio, esta é a resposta. Nada de excessos físicos, nem
mentais. Isso se estende à alimentação, à rotina, à forma de vida. Nem tanto ao
mar, nem tanto à terra.
Difícil? Como tudo o que é bom. Mas vale a pena!
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