quinta-feira, 17 de abril de 2014

CHUVA, CHUVISCO, CHUVARADA...



               Tem  uma música do Cocoricó que diz assim "chuva, chuvisco, chuvarada, por que é que chove tanto assim?".
                Eu gosto da chuva. Só não gosto para tudo, gosto para algumas coisas. E detesto para outras. Vou começar por essas: chuva na praia programada há tempos, chuva na festa onde usaremos aquele vestido e sapatos carésimos, chuva na hora de pegar crianças na escola (e aquele engarrafamento na frente do portão), chuva para fechar a sombrinha e entrar no carro, chuva logo após aquela "chapinha" divina no cabeleireiro, chuva para viajar de carro, chuva que pára de repente, abre o maior sol e nos deixa com cara de bobos, cheios de capas e guarda-chuvas.
               Agora, chuva é bom para (me deixa copiar novamente do Cocoricó)  “menino vem cá, vem comer bolo de cenoura, com cobertura de chocolate quente... chove, chove, chove, deixa chover, enquanto tiver bolo de cenoura a gente nem vai perceber." Gosto de ver a chuva da janela, sem me molhar. Lembro como era gostoso embaçar os vidros do carro beijando o namorado. É bom para ler, ouvir música, assistir filmes na TV, escrever, tocar piano ou, simplesmente, ficar quietinha debaixo do edredom, só escutando o barulhinho. Isso quando é uma chuva "normal", mansa, com hora para acabar e não aquelas tempestades de ventos, raios e trovões, alagando tudo, assustando todo mundo. É bom também porque a obra ao lado pára e nossos ouvidos descansam um pouco.
                Pensei que este texto seria mais filosófico, mais interior, mais reflexivo. Daqueles que a chuva às vezes suscita. Mas não foi. Ainda bem. Nem sempre gostamos de ficar com o nervo exposto e nem sempre as pessoas estão a fim de se comoverem com as dores alheias.
                Meus bolinhos de chuva são famosos; meu pai, nos primeiros pingos de chuva, já me sugeria que os fizesse enquanto construía barquinhos de papel para os netos colocarem na água que corria nas sarjetas. Hoje, Lucas e Bruna são os responsáveis por polvilhar o açúcar com canela (Alice só come). Tradições criadas e transmitidas nos dias de chuva.




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