quinta-feira, 12 de setembro de 2013

EU, ESCRITORA





                  Escrevo desde os seis anos, desde que aprendi a juntar as letras, mas nunca me considerei escritora. Escritor, para mim, é quem vive de escrever, não faz outra coisa na vida e entrega seus originais à editora e só fica esperando o pagamento.

                  Fui homenageada diversas vezes, inclusive na Parada da  Mocidade da minha terra natal por duas escolas, com meu nome e meus livros participando do desfile na Semana da Pátria e, mesmo tendo consciência do pouco merecimento, fiquei lisonjeada, honrada, orgulhosa  e  agradecida ao meu povo.

                 Se algum mérito tenho – e desse não abro mão – é de conseguir escrever sem a menor estrutura de apoio, sem tempo, sem clima, sem privacidade, aproveitando minutos, lendo nas salas de espera, dormindo de cansaço sobre os rascunhos  e revisando de madrugada.

                Sou avó-babá de três netas – lindas – mas que consomem minha energia e meu tempo frequentemente. O retorno amoroso é inquestionável, mas sobra muito pouco para aprofundar numa função que requer profundidade e reflexão.

               Administro ainda a vida e a casa da minha mãe querida, agradecendo a Deus todos os dias por fazê-lo, mas precisando de energia e tempo para que nada falte a ela e tudo funcione a contento.

                Reúno a família na minha casa nos finais de semana para que interajam enquanto piloto o fogão. São momentos deliciosos, em todos os sentidos, mas que também demandam tempo: antes, durante e depois.

               Converso, sempre que possível, com meus amigos nas redes sociais, curtindo suas publicações, comentando, vendo as fotos, estreitando os laços. São alguns minutos preciosos que, geralmente, passam rápido demais.

               Por tudo isso, aceito as homenagens e até me ufano com elas, pois sei que publicar dois livros por ano – sem falar no valor econômico – com as migalhas de tempo de que disponho para mim mesma, é uma tarefa difícil e, felizmente, reconhecida por tantas pessoas que me enviam cumprimentos, se juntam às homenagens e, principalmente, compram e leem meus livros.

              Não vivo sem escrever, no entanto, tenho  outras prioridades na vida e meu tempo de escritora se torna cada vez mais exíguo.

              Obrigada a todos que compram meus livros, que leem meu blog e que valorizam algum valor que eu tenha, atribuindo a mim e à minha obra prêmios, diplomas e troféus. O maior reconhecimento, todavia, é sempre o retorno que recebo de quem está me lendo e apreciando a leitura.

              Tudo isso é que faz valer  a pena e não deixa essa escritora multitarefa desistir.

              Obrigada, de coração!


3 comentários:

Líbero disse...

Muito bonito e oportuno este texto, parece que me senti nele, não ao todo porque você diz que escreve desde muito pequena ( eu só inciei depois dos 40 anos), porém como você, eu também aproveito meu curto espaço de tempo e pesquiso e escrevo. Vez ou outra também gosto de interagir com meus amigos das redes sociais, pois ali eu aprendo, sou cobrado, elogiado, estimulado e amado. Muito bom, obrigado por você se expor e com isso ter uma deixa para me interligar. Parabéns pelo texto.

Maria Luiza Vargas Ramos disse...

Muito obrigada pela visita e pelo comentário Líbero.
Apareça sempre que der!

Eloah disse...

É esta a nossa vida e sem isto perderia o encanto.O desafio é o maior motivador.Nesta batalha o reconhecimento enfeita a alma inspiradora e nos impulsiona a continuar a trajetória que amamos.Bjs