O escritor
precisa tomar partido? Precisa deixar clara sua posição? Deve levar sempre o
leitor em conta? Ou não?
Escrevemos
para sermos lidos, isso é ponto pacífico. Agora, se formos imaginar cada um dos
leitores que conhecemos, iremos tentar adequar nosso texto às tendências de
cada um e o resultado será, no mínimo, um balaio de gatos despersonalizado.
Digo
isso porque já vivi esta situação inúmeras vezes. O mesmo texto que agrada
sobremaneira algumas pessoas irrita ou decepciona outras, não tem jeito.
Há pouco tempo, dois textos me garantiram alguns dias de fama, de elogios, de
reconhecimento. Um deles ganhou destaque no mural de um hospital da cidade (O
Poder do Caranguejo) e o outro quase me lançou candidata à Presidente (Organograma
da Maracutaia).
Em
contrapartida, ao tentar fugir do lugar comum que lança as mulheres como
vítimas, mártires, santas no dia dedicado a elas, não fui bem compreendida e
até vista como preconceituosa. Faz parte.
O
que as pessoas devem
entender é que, mesmo sob disfarces literários, o escritor tem suas convicções,
suas opiniões, sua maneira de ver as coisas. E que isso permeia sua obra, ainda
que não de forma linear, mas como pontos em alto relevo que se sobressaem.
É
claro que temos altos e baixos, que nem sempre acertamos a mão e que alguns
textos saem melhor do que os outros. Agora, quando geram discussão, ou até
mesmo polêmica, é porque têm valor, uma vez que a pior reação possível é
sempre a da indiferença.
Escrevo
publicamente há mais de quarenta anos. Penso que já adquiri suporte para não me
perder nos elogios, nem me deprimir com as críticas.
Por
isso, continuo escrevendo para os gregos e também para os troianos.
Um comentário:
Perfeito.Para Gregos e Troianos tua escrita flui delicada,mas decidida e é um prazer ler.Sejamos gregos ou troianos.Gostei demais!
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