ESTE FOI O PRIMEIRO TEXTO QUE PUBLIQUEI NO BLOG:
Nesta noite sinto-me como uma criança
que ganhou um brinquedo novo, há muito desejado. Antes de dormir, tive que
passar por aqui e ver se alguém tinha encontrado minhas mal traçadas linhas.
Dezesseis pessoas leram! Que responsabilidade! Não posso me dar ao luxo de
deixar só aquele ensaiozinho...
Na minha nova rotina de aposentada há
situações impensáveis, como a de fechar as cortinas no meio da tarde, recostar
na poltrona e assistir a um filme. Pois é, hoje fiz isso. Viajei novamente para
a Europa, para o Palácio de Versalhes assistindo "Maria Antonieta".
Terminada a sessão, abri as cortinas e me deparei com o sol e o vai e vem das
pessoas apressadas, no meio do expediente de trabalho. Parecia que eu era a
única terrestre de papo pra o ar naquele horário. Corri para a enciclopédia, a
fim de refrescar a memória sobre a Revolução Francesa e a Queda da Bastilha. O
filme foi bem light, não mostrou a
barbárie, só o glamour da corte. Melhor assim. Que festas! Que roupas! Que dolce far niente!
Terá Maria Antonieta dito mesmo a tal
frase, quando lhe comunicaram que o povo não tinha pão? "- Que comam bolo (ou brioches)"!
Como pude comprovar na França, os
franceses não vivem sem pão. E que pães! Em todas as refeições não pode faltar
o pão e o vinho. Ah, e os cachorros. Como bem mostra o filme, os cãezinhos se
misturam aos donos em todos os lugares, inclusive à mesa. E ai de quem ousar
reclamar num restaurante. Será convidado a se retirar e o cão permanece.
Sempre disse que não queria morrer sem
conhecer Paris. Agora digo que não posso morrer sem voltar a Paris, por mais
tempo. Acho que o que eu não quero mesmo é morrer.
Primeira vez.
Sempre tem uma primeira vez. Para
tudo. E esta primeira vez nem sempre, ou quase nunca é do jeito que a gente
sonha. Como este blog, por exemplo. De repente, quase sem tempo, acabei por
criá-lo e estou escrevendo sofregamente o que deveria ser pensado, rascunhado,
refletido.
Não será sempre assim. Prometo. Sei
que tenho coisas bem mais importantes para escrever e refletir com meus
possíveis leitores.
Hoje não.
Hoje vou ficar só olhando para essa
criatura, criada a partir de um impulso e que, já pressinto, será muito
importante na minha vida, ocasionando, quem sabe, a aposentadoria precoce do
meu inseparável Diário.
Queria muito saber quem será meu
primeiro leitor. Parece que não será fácil descobrir, mas também não há de ser
impossível.
Feito. A primeira vez já foi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário