quarta-feira, 3 de outubro de 2012

VIVE LA FRANCE!



ESTE FOI O PRIMEIRO TEXTO QUE PUBLIQUEI NO BLOG:
 
Nesta noite sinto-me como uma criança que ganhou um brinquedo novo, há muito desejado. Antes de dormir, tive que passar por aqui e ver se alguém tinha encontrado minhas mal traçadas linhas. Dezesseis pessoas leram! Que responsabilidade! Não posso me dar ao luxo de deixar só aquele ensaiozinho...
Na minha nova rotina de aposentada há situações impensáveis, como a de fechar as cortinas no meio da tarde, recostar na poltrona e assistir a um filme. Pois é, hoje fiz isso. Viajei novamente para a Europa, para o Palácio de Versalhes assistindo "Maria Antonieta". Terminada a sessão, abri as cortinas e me deparei com o sol e o vai e vem das pessoas apressadas, no meio do expediente de trabalho. Parecia que eu era a única terrestre de papo pra o ar naquele horário. Corri para a enciclopédia, a fim de refrescar a memória sobre a Revolução Francesa e a Queda da Bastilha. O filme foi bem light, não mostrou a barbárie, só o glamour da corte. Melhor assim. Que festas! Que roupas! Que dolce far niente!
Terá Maria Antonieta dito mesmo a tal frase, quando lhe comunicaram que o povo não tinha pão? "- Que comam bolo (ou brioches)"!
Como pude comprovar na França, os franceses não vivem sem pão. E que pães! Em todas as refeições não pode faltar o pão e o vinho. Ah, e os cachorros. Como bem mostra o filme, os cãezinhos se misturam aos donos em todos os lugares, inclusive à mesa. E ai de quem ousar reclamar num restaurante. Será convidado a se retirar e o cão permanece.
Sempre disse que não queria morrer sem conhecer Paris. Agora digo que não posso morrer sem voltar a Paris, por mais tempo. Acho que o que eu não quero mesmo é morrer.
Primeira vez.
Sempre tem uma primeira vez. Para tudo. E esta primeira vez nem sempre, ou quase nunca é do jeito que a gente sonha. Como este blog, por exemplo. De repente, quase sem tempo, acabei por criá-lo e estou escrevendo sofregamente o que deveria ser pensado, rascunhado, refletido.
Não será sempre assim. Prometo. Sei que tenho coisas bem mais importantes para escrever e refletir com meus possíveis leitores.
Hoje não.
Hoje vou ficar só olhando para essa criatura, criada a partir de um impulso e que, já pressinto, será muito importante na minha vida, ocasionando, quem sabe, a aposentadoria precoce do meu inseparável Diário.
Queria muito saber quem será meu primeiro leitor. Parece que não será fácil descobrir, mas também não há de ser impossível.
Feito. A primeira vez já foi.



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