Já estou cansada de repetir essa
expressão, mas lá vem ela outra vez: com
o passar do tempo... e daí juntam-se aquelas mazelas todas que não
me canso de enumerar. Muitos falam na beleza da maturidade, da terceira, quarta
e quinta idade, só que eu ainda não consegui descobrir nenhuma. Com raríssimas
exceções, tudo piora com o tempo, essa é que é a verdade!
Pois
bem, uma das coisas que os anos costumam domar, ou ao menos neutralizar, é
o nosso gênio, nossa impulsividade, aquele conhecido amor e ódio que nos faz
subir pelas paredes. Eu confesso que às vezes me sinto até boba de tão
"morna". Em outras ressuscito e me revejo indignada, revoltada,
desbocada, desaforada, mandona, quase um arremedo daqueles meus
"defeitinhos" menos amados pela família.
De
longe ainda sou capaz de enganar,
agora, se puder escrever ou mostrar a cara, aí não tem jeito! Por mais que me
esforce não consigo fingir, meu desagrado fica tatuado na minha cara e minhas
palavras cospem fogo.
Não
vou dizer que admiro, porque na verdade sinto mais pena do que admiração, mas
vejo pessoas falando com a maior doçura exatamente o oposto do que estão
sentindo. E convencem. E se sentem bem. E evitam dissabores. Eu creio que
morreria envenenada com minha raiva caso tivesse que transformá-la em açúcar de
fora para dentro.
A
impaciência sempre foi meu pior defeito, por isso não me faço esperar, não
cancelo compromissos na última hora, não mudo planos que envolvem outras
pessoas sem consultá-las e fico uma arara
quando fazem isso comigo.
Sou
brava, sou exigente, mas cumpro todos os meus compromissos e respeito as
pessoas.
Ah,
e quando a gente se esforça, se esforça, se esforça para gostar de uma pessoa,
ou pelo menos não demonstrar que não gosta dela e NÃO CONSEGUE?!
É
duro. É difícil. Às vezes esta rejeição causa problemas para muitas pessoas,
mas não dá, o coração não aceita, os olhos desviam, a boca se contrai num
sorriso falso, os ouvidos se fecham para não ouvir aquela voz e as bochechas
incham repelindo aquele beijo. Não consigo.
Nem a tal da idade me ensinou a tolerar, dissimular, fazer de conta, sorrir sem
vontade.
Ainda
estou viva, ainda sou como sempre fui, uma escorpiana super autêntica, super
amiga, super apaixonada, mas uma péssima atriz.
Fazer o quê?!
Um comentário:
a vovó doce só nas historinhas infantis. minha avó foi uma fera até a morte, e a mãe é pura alegria e festa, cada vez mais enfeitada,rsrsrs
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