quinta-feira, 26 de julho de 2012

O QUE SIGNIFICA SER AVÓ?


              Mais um dia inventado nos últimos anos, para que sejamos acusados de "esquecer" datas importantes.
              Hoje, dizem, é o Dia dos Avós, ou apenas da Vovó, sei lá! Pelo menos este dia tem uma justificativa plausível, já que é dia de Sant'Ana, a avó do Menino Jesus.
              Minha mãe é uma avó sem comparação possível e eu acho que não sou das piores; mesmo assim, nenhuma de nós foi lembrada por seus netos, simplesmente porque  ninguém tem tempo de aprender datas novas.                
              Meus netinhos são muito pequenos para se darem conta sozinhos de tais eventos e eu, confesso, estou pouco me lixando para mais este apelo comercial.
               Meu interesse é apenas o de aproveitar a data para fazer o que mais gosto - refletir. Pensar no que realmente consiste este papel inigualável que nos é atribuído mais ou menos na metade da vida, ou no último terço dela.
                Não gosto de frases feitas, ou de sentimentos rotulados. Cada um é e sente da sua maneira e o resto é hipocrisia.
                Sou apaixonada pelos mais novos integrantes da família e tenho um elo fortíssimo com eles. A menina é quase filha, porque criada comigo e o menino da mesma forma, apesar de termos um pouco menos de contato. Nossa relação é de afinidade total.
                Agora, o que é realmente ser avó?
                Como tudo na vida, para cada um há de ser diferente, portanto só posso descrever como é para mim.
                 Em primeiro lugar, ver estes bebês chegarem dá uma sensação de perenidade, de eternidade.
                 Depois, procuramos a todo instante traços físicos, de personalidade e aptidões que remetam ao nosso filho (ou filha) ou a outro membro da nossa família.
                 Ficamos enternecidos ao reconhecer naquele pedacinho de gente a infância dos nossos filhos e custamos a aceitar (às vezes bem evidentes) características pertencentes à outra família de onde nosso neto se originou.
                 Nossos filhos são absolutamente nossos. Nossos netos têm a metade do DNA de outra família e isso muitas vezes não é simples de aceitar. Papai e mamãe são únicos, vovô e vovó precisam ser diferenciados pelo nome, uma vez que as crianças normalmente têm, no mínimo, dois casais de avós (atualmente bem mais do que isso).
                 Ser avó também é ter um limite de participação futura, pois não são muitos os avós que chegam a ver seus netos se formarem, casarem, terem seus próprios filhos.
                  Enfim, aquela história de "mãe com açúcar, mãe duas vezes" tem um pouco de folclore, pois, por mais que sejamos apaixonados por nossos netos, o papel de mãe é muito forte, diria até insuperável para mim.
                   Além disso, como deseducar uma criança que convive diariamente conosco? Não dá pra fazer todas as vontades, nem encher de balas antes do almoço, nem permitir que brinque com os cristais.
                   Amor a gente demonstra também educando, desenvolvendo, estimulando, orientando, além, é claro, de muitos beijos, colos, brinquedos e abraços, porque é uma música para nossos ouvidos aquelas vozinhas pela casa:
                 - Vovó!



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