Quero listar aqui as coisas de que
mais gosto, para que meus leitores entendam o porquê de eu me sentir assim no momento em que elevei um enorme susto.
Gosto:
- De LER e ESCREVER, antes de tudo e
mais do que tudo!
- De observar o mundo, a natureza e
as pessoas, para depois refletir longamente sobre eles;
- de fazer penteados caprichados na
minha netinha: o coque do balé, as chiquinhas da festa junina, os repartidos,
as tiaras, os enfeites;
- de ouvir com atenção a os pedidos e relatos das pequeninas de lindos olhos azuis;
- de ouvir com atenção a os pedidos e relatos das pequeninas de lindos olhos azuis;
- de treinar o Lucas nos ditados, nas leituras
e no capricho da letra;
- de acompanhar o crescimento das
plantas e o desabrochar das flores;
- de cinema;
- de teatro;
- de acompanhar a briga do mar com o
rochedo lá no canto esquerdo da praia dos Ingleses;
- de me deixar hipnotizar pela lua
cheia;
- do sorriso, claro e aberto, dos
meus filhos quando chegam para o abraço;
- da alegria da Pitty ao me ver
chegar;
- de admirar minha mãe brincando de
bonecas com as bisnetas, inventando histórias, horas a fio;
- da risada do Lucas aprontando com a
Bruna ou abraçando seu pai;
- do denguinho das meninas e de sua
correria para o colo dos pais, quando eles chegam do trabalho;
- de ver as plantas e flores do jardim
da minha casa de Alegrete;
- das risadas lacrimejantes do
Tibério e da Yara relembrando “causos” dos Ramos;
- de cozinhar para a família,
misturando ervas e temperos e saboreando, mais até do que os pratos, os elogios
e os rostos prazerosos deles, à mesa;
- de abrir minha caixa de e-mails ou
minhas páginas dos sites de relacionamento e encontrar tanto carinho, tanto companheirismo,
tanta companhia dos meus muitos amigos, virtuais e reais.
Eis que, de repente, sem aviso
prévio, como só deveriam chegar as surpresas boas, amanheci com uma nuvenzinha
irritante e escura nadando de um lado para outro no meu olho direito.
Descartados os “achismos” e feito o
exame, foi constatada uma ruptura na retina, um pedaço arrancado, possivelmente
pelo gesto de coçar o olho.
Diante do risco de descolamento, fiz aplicações de laser, rezando muito para dar certo, por todos os
motivos acima expostos.
Iniciei a trilhar o caminho da
cegueira, como meu pai aos oitenta e cinco anos e minha mãe aos noventa e dois.
Pena que eu não tinha chegado nem aos sessenta e a vida sem letrinhas perde toda a graça
para mim.
Ainda bem que, mesmo sem ter a visão limpa de antes, continuo lendo, escrevendo e admirando tudo o que eu gosto, com o auxílio cada vez mais intenso dos óculos de grau.Porque o mundo sem livros para mim seria um lugar inóspito e eu não ia querer permanecer muito tempo nele.
Disso eu tenho certeza!
2 comentários:
Oi Maria Luisa, só agora fiquei sabendo do que te aconteceu. Um dia, correndo e sem tempo para nada, sai com a minha cachorrinha e ao me abaixar para recolher os seus dejetos, enfiei um galho seco no olho. Na hora já vi que a coisa era séria, pois me doeu muito. Não aguentando fui ao oftalmo e ele constatou uma lesão na retina, acho que como o que te aconteceu. Aí descobri que existem regeneradores para tudo, menos para rugas,haha, foi o que comecei a usar, fechando o olho e voltando todos os dias para o curativo. Acho que em uma semana já estava boa. O problema maior foi o tampão colado no olho, que me deixou toda esfolada. Desejo que te recuperes rápido. beijoss.
não recordo de nenhum caso como o teu, a Cynthia frequentemente tem ulceras na retina, mas hoje em dia tem tratamento pra tudo. falei nos livros on line apenas para a fase de tratamento, pois que não pensei em nada de grave, pelo menos é uma distração em um mundo tão visual.
estou orando por ti, beijos e te cuida...
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