Escrevi esta carta à família Oliveira de Souza quando o filho mais velho partiu.
Só a estou publicando a pedido dos próprios familiares, que gostariam de ver a homenagem estendida aos amigos que me lêem por aqui.
Queridos amigos, mais do que amigos, família!
Dizem que parentes são aqueles com quem temos laços de sangue e família são os que escolhemos para pertencer a ela. Sendo assim, a família do tio Ênio e da tia Ada é nossa família também.
Muito antes de pensarmos em existir, nossos pais já eram amigos e sonharam juntos os sonhos do namoro, do noivado, do casamento e de cada filho esperado.
Crescemos juntos: Tibério e Odilon; Ernani e eu; Dadinho e Nádia.
Além de amigos íntimos, nossos pais se tornaram compadres, porque tia Ada me crismou e a minha mãe crismou a Nádia.
Até uma matriarca mandona as duas amigas tiveram. Minha avó e a avó de vocês não davam muita trégua para as duas filhas que pouco gostavam de se enfeitar. Minha mãe preferia doces e a de vocês salgados. Quando saíam da matiné no Glória iam lanchar na confeitaria Cristal. Se dona Jessy chegasse, elas tinham que trocar os pratos, pois ela ficava furiosa com os cachorro-quentes da tia Ada.
Uma era gremista, a outra colorada; uma do PTB a outra de direita, mas como se amavam!
Tio Ênio e Seu Ramos(meu pai) também eram diferentes; um pecuarista, bonachão, permissivo; outro aviador, sério, linha dura. Mas como eram amigos!
Os filhos (nós) até que brigamos muito pouco para a convivência que tínhamos. E sempre nos consideramos mais do que amigos.
Nos momentos de alegria festejávamos juntos e naqueles de imensa tristeza, os braços que primeiro confortavam sempre foram os desses nossos tios emprestados.
Padrinhos de casamento um dos filhos do outro, quando chegaram os netos, na maternidade as primeiras visitas eram sempre a dessa nossa outra família.
Thiago, Tatiana e Fernanda chegaram a conviver e brincar com o Luciano, o Cristiano e o Kadu. Os da Nádia eram menores, viviam na capital e logo nós também saímos de Alegrete.
Bailes de gala, bailes de carnaval, festas, estávamos sempre juntos, na mesma mesa. Odilon e Dília vieram de Porto Alegre para a formatura dos meus três filhos. Não é pouca coisa!
Ernani casou com uma grande amiga minha.
Odilon e Dília namoraram desde adolescentes e tivemos bastante convivência ainda na nossa terra.
Hoje Odilon nos deixou.
Depois de muito lutar contra a doença, entregou os pontos (como fazia no carteado que ele e o pai dele tanto gostavam) e partiu.
Tatiana, que queria ter “dois pais” de tanto que amava o dela, hoje ficou órfã do homem que mais a amou na vida.
Thiago, o companheiro de todas as horas, dificilmente encontrará amigo igual.
Dília, a outra metade do Odilon, vai precisar um tempo para se sentir inteira novamente.
E o Bernardo? Como perder o carinho infinito de um padrinho–avô?
Sei que o momento é de muita dor, imensa tristeza.
Depois virá a saudade.
Não pude participar com vocês desta despedida.
De certa forma, será bom lembrar do Lon sempre rindo, sempre falando, sempre contando histórias, sempre perdendo as calças,smepre com uma tosse puro cacoete e sempre se fazendo de envergonhado com as piadas da Dília.
Queria que soubessem o quanto estou triste e o quanto senti a perda desse amigo, primo, irmão.
Odilon vai fazer muita falta, para muita gente, especialmente para vocês.
O que consola é saber que, do lado de lá, tio Ênio e tia Ada já devem estar esperando por ele e ele vai voltar a ser menino, ser amado, ser o filhinho deles.
Dília, Thiago, Tatiana, Bernardo, Nádia, Ernani e seus familiares – sintam-se abraçados e confortados por mim que, mesmo fisicamente longe, estou junto com vocês.
Um beijo.
BAÍSA
8 comentários:
Fostes muito inspirada e brilhante, emocionando a todos nós com teu relato,pois para nós que somos da familia, passou todo o filme de uma vida inteira em poucos instantes. Deu até para ouvir a risada da D. Conceição,a Ada ligando para tocar flauta do futebol...e a tosse do Odilon, bem como a risadinha dele encabulado das piadas da Dilia. Quando meu pai faleceu tu tb me escreveu uma carta que ainda tenho.Bjs
... o LONzinho sempre foi um primo muito especial e encantador, agradeço-te emocionada por este agrado numa circunstâcia tão doída para nós, minha amiga...
DULCE
Baísa, tenho certeza que o pai deve ter adorado a homenagemque fizeste. Obrigado pelo afago nesse momento triste para nós e alegre para o pai, vô Enio e vó Ada.
Beijo carinhoso de todos nós!
estou pedindo autorização para postar no facebook esta homenegem ao Odilon, que muito caranxiei ele nas mesas do cassino
abraços consternados
Alfeu Monteiro
Fiquei muto triste ao saber por meio do Alfeu e pelo Facebook da partida do grande amigo de minha família, principalmente do meu pai Miguel Jacques Trindade e, porque não dizer meu também pois me criei indo com meu pai em sua casa ou do seu Enio ou, o Odilon la em casa também. Dilia, Fernanda e Tiago quero dividir com voces a dor de perder uma pessoa especial e cativante como o Odilon. Abraços Guto - Sérgio Augusto Trindade
Aos familiares meus sentimentos. Odilon era um amigo do Alegrete e com aquele geito dele era amigo de todos, o Odilonzinho como era conhecido. No ano passado encontrei-o em Capão da Canoa e matamos a saudade da distancia e do tempo que nos separava, foi nossa despedida, pois agora ele partiu. Descansou, trocou de dimensão, foi se encontrar com familiares queridos que partiram antes dele. Um abraço.
Paulo Sergio Pierry oimbra
Como não lembrá-lo?! Sorriso franco e sempre gentil com todos. Deve,com certeza, ao ter nascido, aberto seu sorriso amoroso ao invés de chorar.
Acredito que esteja esbanjando sorrisos e boas palavras nos rincões do céu.
Deus ilumime a todos voces.
Anamaria Cammarano Coimbra
Meu querido Odilon, até depois de partir continua generoso e afável. Trouxe muitos leitores e seguidores ao meu blog, como texto nenhum ainda tinha conseguido fazer.
Valeu Lon! Teu prestígio continua alto meu querido!
Eu sempre te dizia que devias ser vereador no nosso Alegrete.
UM SER HUMANO SÓ BOM,esse é o resumo da tua passagem em nossas vidas.
Obrigada a todos e voltem sempre que quiserem.
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