segunda-feira, 13 de setembro de 2010

NO TITLE

            Assim, em inglês mesmo. Com a letra miudinha, apertada, contida, virada para dentro.
            Não sei que nome dar ao texto que flui, jorra como plasma desafogando o peito, realizando uma sangria salvadora.
            Há dias o sol se esconde, desafiando nossa nada genuína "alegria de viver".
           Não será indicativo de pouca inteligência viver sorrindo e celebrando a vida nos mínimos detalhes?
           Por que será que as melhores reflexões brotam da cabeça dos seres menos felizes?
           Por que somos mais religiosos diante de riscos iminentes? Onde guardamos nossa Fé no período da bonança?
           E por que o século XXI se esforça tanto para ateizar a humanidade, resgatando Darwin e o Big Bang e menosprezando o papel do Criador, tornando órfãs suas criaturas?
          Como pode o final de algo tão ruim se tornar ainda pior (como alguns casamentos e sociedades por exemplo)?
          E essas carências e latências todas, eclodindo feito catapora, onde estariam soterradas?
         Impensável recompor um estrago visceral sem afundar os pés descalços na areia, sentindo o sol esquentando a pele, ouvindo apenas o ir e vir do mar.
        Chega de culpas, de espelhos, de medos, de dores, de frases feitas, de rotinas vazias, deste nonsense todo!
        Mesmo engatinhando, vou recolher os cacos da implosão, espaná-los, soprar-lhes vida e fazer com que voltem a escrever, quanto mais não seja em respeito a esses bravos trinta seguidores deste blog, que começou timidamente e já conheceu furor, indignação, criatividade, ironia, denúncia, relatos, opiniões, críticas, mea culpa, paixão e indiferença, tudo isso e ainda outros sentimentos menos altruístas e confessáveis.
        Vou deixar de esperar sentimentos nobres de quem quer que seja, inlcusive de mim mesma, para que não transborde mais o poço das decepções.
        Quem sabe eliminando este complexo de esparadrapo, sempre tentando colar, juntar, unir os inconciliáveis eu consiga dar vazão ao poço das frustrações também.
        Sem tantas culpas (parece que tudo o que fazemos é incorreto!) quem sabe o ar se torne mais leve e sejamos capazes até de uma certa tolerância?
       Depois dizem que cabeça de mulher só serve para usar chapéu...
       Quero respirar, gritar, sacudir as penas e abrir as asas!
       Hei de conseguir!

Um comentário:

Jeanne Geyer disse...

Claro que vais conseguir, como sempre o fizeste.
estou por aqui torcendo por ti como sempre.
beijos