segunda-feira, 8 de julho de 2019

VONTADE DE SENTAR E CONVERSAR...


Ainda faz frio, mas tem um sol bonito. Pelo menos lá fora...
Aqui dentro, diante de tantos problemas, o dia está mais nublado.
Não é nada fácil administrar todos os prestadores de serviço da minha mãe de 100 anos. Além de muito dispendioso tem as rixas internas entre eles, o que é bem desgastante.
Minha netinha caçula cada vez que vai para a escolinha pega uma nova virose dos outros bebês. Assim, acaba ficando mais comigo e ainda doentinha. Por conta disso, não consigo retornar às aulas de Pilates que me fazem tão bem.
Hoje meu neto mais velho completa dezesseis anos. É o único homem dessa geração de netos e sempre foi muito amoroso, carinhoso, presente. Não reagiu bem à separação dos pais, muito mal orientado pela mãe ressentida e, para completar, arranjou uma namorada que o manipula e reza na cartilha da mãe dele, afastando-o do pai e de toda a família paterna, que sempre o amou e protegeu. Pela primeira vez, desde que ele nasceu, não iremos comemorar seu aniversário lá na Bisa. Isso me entristece bastante.
Olho para o meu piano com vontade de tocar e sempre com outros serviços chatos me esperando.
Meu romance está parado, à espera de um clima, uma paz, um sossego que não estou conseguindo.
Tive tantas desilusões com a política do país... com amigos que desfizeram amizades da vida toda, por conta de ideologias burras. Não sou filiada a nenhum partido político, minha bandeira é a da anticorrupção, da honestidade, da lisura e vejo que o atual governo tem tentado limpar a sujeira deixada pelos governos anteriores e está tendo enormes dificuldades, resistências dos beneficiados e também desses fanáticos que preferem continuar sendo roubados desde que seus líderes não sejam desmascarados e presos. Isso tudo me revolta e me entristece.
Nunca mais viajei... parece que a minha vida não me pertence mais... é uma sensação de utilitarismo, de pau para toda obra, de que sem mim nada funciona e não posso me dar ao luxo de fazer o que eu queira, na hora que me aprouver. Aliás, acho que nunca pude. Primeiro porque trabalhava fora, depois porque assumi o cuidado dos netos e agora porque preciso ficar ao lado da minha mãe.
De vez em quando, sinto vontade de ter meus filhos aqui comigo, onde sempre foram amados, respeitados e considerados. É muito triste ver que nem sempre isso acontece depois que eles batem as asas... e como dói vê-los injustiçados, ofendidos ou magoados por quem deveria amá-los, pelo menos tinha sido esse o propósito inicial. A fruta nunca cai longe do pé e as pessoas são sempre produto da educação que tiveram e dos exemplos que tiveram em suas casas. Por isso é tão importante conhecer bem, conviver com as famílias antes de pensar em ficar junto. Pena que os jovens de hoje sejam tão imediatistas. Por isso os casamentos duram tão pouco e quem sofre são sempre os filhos, enchendo os consultórios dos psicólogos e psiquiatras para tentarem se ajustar às ausências e às brigas de quem os colocou no mundo.
Bom, o papo está bom mas o dever me chama, está sempre me chamando, uma tristeza isso...
Amanhã conversaremos mais. Obrigada por me ouvirem/lerem.


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