Ainda
faz frio, mas tem um sol bonito. Pelo menos lá fora...
Aqui
dentro, diante de tantos problemas, o dia está mais nublado.
Não
é nada fácil administrar todos os prestadores de serviço da minha mãe de 100
anos. Além de muito dispendioso tem as rixas internas entre eles, o que é bem
desgastante.
Minha
netinha caçula cada vez que vai para a escolinha pega uma nova virose dos
outros bebês. Assim, acaba ficando mais comigo e ainda doentinha. Por conta
disso, não consigo retornar às aulas de Pilates que me fazem tão bem.
Hoje
meu neto mais velho completa dezesseis anos. É o único homem dessa geração de
netos e sempre foi muito amoroso, carinhoso, presente. Não reagiu bem à
separação dos pais, muito mal orientado pela mãe ressentida e, para completar,
arranjou uma namorada que o manipula e reza na cartilha da mãe dele, afastando-o
do pai e de toda a família paterna, que sempre o amou e protegeu. Pela primeira
vez, desde que ele nasceu, não iremos comemorar seu aniversário lá na Bisa.
Isso me entristece bastante.
Olho
para o meu piano com vontade de tocar e sempre com outros serviços chatos me
esperando.
Meu
romance está parado, à espera de um clima, uma paz, um sossego que não estou
conseguindo.
Tive
tantas desilusões com a política do país... com amigos que desfizeram amizades
da vida toda, por conta de ideologias burras. Não sou filiada a nenhum partido
político, minha bandeira é a da anticorrupção, da honestidade, da lisura e vejo
que o atual governo tem tentado limpar a sujeira deixada pelos governos
anteriores e está tendo enormes dificuldades, resistências dos beneficiados e
também desses fanáticos que preferem continuar sendo roubados desde que seus líderes
não sejam desmascarados e presos. Isso tudo me revolta e me entristece.
Nunca
mais viajei... parece que a minha vida não me pertence mais... é uma sensação
de utilitarismo, de pau para toda obra, de que sem mim nada funciona e não posso
me dar ao luxo de fazer o que eu queira, na hora que me aprouver. Aliás, acho que
nunca pude. Primeiro porque trabalhava fora, depois porque assumi o cuidado dos
netos e agora porque preciso ficar ao lado da minha mãe.
De
vez em quando, sinto vontade de ter meus filhos aqui comigo, onde sempre foram
amados, respeitados e considerados. É muito triste ver que nem sempre isso
acontece depois que eles batem as asas... e como dói vê-los injustiçados,
ofendidos ou magoados por quem deveria amá-los, pelo menos tinha sido esse o
propósito inicial. A fruta nunca cai longe do pé e as pessoas são sempre
produto da educação que tiveram e dos exemplos que tiveram em suas casas. Por
isso é tão importante conhecer bem, conviver com as famílias antes de pensar em
ficar junto. Pena que os jovens de hoje sejam tão imediatistas. Por isso os casamentos
duram tão pouco e quem sofre são sempre os filhos, enchendo os consultórios dos
psicólogos e psiquiatras para tentarem se ajustar às ausências e às brigas de
quem os colocou no mundo.
Bom,
o papo está bom mas o dever me chama, está sempre me chamando, uma tristeza
isso...
Amanhã
conversaremos mais. Obrigada por me ouvirem/lerem.
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