quinta-feira, 26 de julho de 2018

COMO É SER AVÓ!


Até Jesus Cristo precisou de uma avó para lhe adoçar a infância.
No dia de Sant’Anna, uma homenagem a todos os avós e a todos os netos que podem usufruir desse aconchego e dessa atenção que só os avós têm tempo e disposição para dar.
E já que é o dia dos avós, vamos refletir um pouco sobre essa idade, que nada tem de linda, a não ser o fato de acompanhar o crescimento e o desabrochar dos netos.
Quando éramos crianças, o livro “Pollyanna” fazia muito sucesso. Era uma menina que só via o lado bom das coisas, como uma plaquinha que tinha minha casa e dizia “se a vida lhe der um limão, faça uma limonada”.
Depois, à medida que crescemos, surgiu o “Pollyanna Moça” nos preparando para enfrentarmos as adversidades e descobertas da adolescência sem reclamar e sempre procurando o melhor lado e algum ensinamento em todas as situações. Acho até que esses livros foram escritos sob encomenda de alguns pais...
Reflito agora que o autor deveria ter escrito uma Pollyanna Mãe, Pollyanna na menopausa, Pollyanna sogra, Pollyanna velha, Pollyanna avó e por aí afora. Porque precisamos ser muito Pollyanna para encarar as transformações (sempre para pior) da “melhor idade”.
Claro que existem exceções! Bom para elas. Gente que continua elegante, linda, saudável, com a mesma cara, o mesmo corpo e saúde a mil até morrer. Mas são exceções.
A maioria dos avós e das pessoas que, sem serem avós teriam idade para sê-lo, precisa ir se acomodando, se resignando, se ajustando às transformações da pele, dos cabelos, do sono, dos movimentos, dos sentidos e à quantidade de medicamentos que vão se somando à rotina e predominando na mesa das refeições.
O que salva, o que compensa, o que encanta é a nova geração invadindo sua casa, sua vida, seu colo, com aquelas vozinhas que são a melhor sinfonia para seus ouvidos, aqueles olhos doces e observadores, as mãozinhas macias no seu rosto, ou segurando firmemente a sua mão, o abraço forte do neto que cresceu e já consegue proteger, amparar, cuidar. Tudo isso neutraliza os fios brancos nas têmporas dos filhos e a saudade de tê-los ainda em casa, no quarto ao lado, brigando e brincando no pátio, no carro, no sofá, ou invadindo a sua cama nas manhãs.
 Avós são muito necessários, pois só eles levam a sério todas as histórias, todas as perguntas das crianças, sentando para conversar, olhando nos olhos, prestando atenção e dando sempre a resposta tranquila e segura que eles precisam, sem reprimendas, sem elevar a voz, apenas dialogando.
As mãos da avó são termômetro, são bálsamo, são magia quando transformam ingredientes em gostosuras. E é incomparável o brilho e a atenção daqueles pares de olhos miúdos quando contamos histórias ou tocamos piano para eles.
Sempre disse que nasci para ser mãe. Ainda digo.
Mas constato que nasci para ser avó também!





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