terça-feira, 11 de outubro de 2016

POBRES CRIANÇAS DE HOJE!



 Não é saudosismo, juro, o que me leva a traçar este paralelo entre as crianças de ontem e de hoje. Nem faria sentido, uma vez que torço muito pela infância de hoje, das minhas crianças. Mas, que no meu tempo era melhor, ah, isso era!

Fico penalizada ao constatar que as crianças, agora, têm duas palavras muito fortes na sua vidinha: "falta" e "quero".

-         falta tempo;

-         falta espaço;

-         falta liberdade;

-          falta carinho;

-         falta criatividade;

-         falta diálogo;

-         falta leitura...



E, ao mesmo tempo, vivem dizendo:

- quero um videogame;

- quero uma bicicleta;

- quero jogos importados;

- quero patins;

- quero skates;

- quero todas as bonecas;

- quero a família dos ursos;               
                     - quero a família dos bebês;

- quero tênis de rodinhas;

- quero todos os brinquedos que aparecem nos comerciais de TV...



Frente a essa realidade, a esse consumismo alucinante que não poupa nem as crianças, precisamos parar e analisar de que maneira poderemos ajudar nossos filhos a viver plenamente a infância, a brincar de verdade e não apenas "segurar" brinquedos.

Esse assunto de "leitura x TV" parece até monótono de tanto que é discutido, mas nunca será tarde para oferecermos aos nossos filhos alternativas de recreação.

No meu tempo fazíamos "horas de arte" para apresentar aos adultos, líamos muito e brincávamos de um sem número de coisas.

Hoje, as nossas crianças não conhecem nem mesmo as cantigas de roda. E jamais conseguiriam fazer um caminhão ou uma casa de bonecas, a partir de caixotes ou latas sem uso.

Das merendas da escola foram banidas as frutas, o pão com bife, o ovo cozido, as geleias. Só vale lanche industrializado, biscoitos com recheios artificiais e guloseimas que só favorecem o bolso dos dentistas.

E as nossas crianças adoecem mais, tomam remédios demais, não têm quase resistência. Pudera! Com os agrotóxicos nos alimentos, com a poluição crescente do ar e dos rios, com a falta da rotina nas refeições e ainda cheias de petiscos fora de hora, não se poderia esperar outra coisa.

Ah! Mas eu queria mesmo era poder transportar estes pequenos, que estão cheios de cultura inútil e pouco sabem da natureza, ao Alegrete do meu tempo, para brincar com eles nas ruas tranquilas, cheias de cadeiras nas calçadas (não havia novelas de TV); de mães menos cuidadas, mas sempre presentes; de pais sorridentes sem o "sufoco da crise" e de amigos, ruas inteiras de amigos para brincar (como a Mariz e Barros).

Vamos ajudar nossas crianças, transmitindo-lhes nossa cultura popular e tentando mantê-las, o quanto for possível, afastadas desse consumismo, dessa crise de dinheiro e de valores morais, dessa inconsequência do mundo atual.

Eu tenho certeza de que eles vão preferir uma história contada com capricho pelos pais a esses infindáveis desenhos na TV.

Não custa tentar!







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