quinta-feira, 14 de julho de 2016

Prefácio e Orelha do O TEMPO PASSA (2015).



PREFÁCIO

Em O tempo passa..., os afortunados leitores terão o privilégio de ter em mãos mais essa magnífica obra da talentosa e profícua escritora Maria Luiza Vargas Ramos. Aqui encontramos uma combinação perfeita entre uma vasta experiência de vida e uma alta capacidade de observação e habilidade analítica. O conhecimento apresentado, fruto da reflexão e de suas experiências de vida, lança luzes sobre os principais dilemas que a vida nos apresenta.
O texto nos eleva a uma meditação profunda, originada na caminhada da vida cotidiana brilhantemente apresentada pela clarividência que caracteriza os trabalhos literários de Maria Luiza. Assim, nos aproximamos da compreensão do acumulado atestado como sabedoria humana. Ler esta escritora, sem dúvida, nos ajuda muito a experimentar a vida de uma forma mais generosa.
O leitor é um privilegiado. Neste singelo livro pode ter acesso a um panorama globalizado de diferentes dimensões da vida. A valência da escritora, em um estilo literário já largamente aclamado, propicia uma viagem por este mais novo lançamento editorial. Com as crônicas desta obra, Maria Luiza robustece uma consagração já reconhecida pelos seus inúmeros leitores.
Em um linguajar acessível e, ao mesmo tempo, erudito, Maria Luiza torna límpido o papel que a literatura reserva para a nossa cultura.  Em um mundo de informação veloz e com o imperativo do virtual, a presente leitura propicia a definição própria de espaço e tempo pelo leitor. Desse modo, possibilita o protagonismo do indivíduo na reflexão e na construção intelectual, garantia de autonomia do ser humano num tempo em que a pasteurização é a base da nova ordem cultural.
Desfrute, pois, caro leitor, deste valioso material que Maria Luiza põe em nossas mãos. É garantia de crônicas com experiência de vida, reflexão e alta qualidade literária.

Milton J. Pantaleão Junior
Editora Alternativa



ORELHA:

O tempo passa… essa foi a sensação de quem adormeceu no camarim depois do espetáculo e, ao acordar, se deparou com o teatro vazio. Momento oportuno para o ator Svetlovídov, após tantas décadas dedicadas ao teatro, recordar alguns momentos de sua carreira, ora nostálgicos, ora eufóricos. A essa peça, publicada no século XIX, Tchekhov deu o título de “O canto do cisne".

Expressão empregada na Antiguidade, o “canto do cisne” é o último canto – e o mais belo – que os cisnes exibem antes de sua morte. Alguns associam esse canto ao sentimento de tristeza, outros dizem que esse é o mais alegre de todos os cantos. De maneira melancólica ou alegre, essa expressão ganhou terreno na literatura e se perpetuou em outras artes.

No campo das palavras, o “canto do cisne”, uma vez mais, é relacionado com o tempo, essa máquina autossuficiente que nos lança para frente, nos empurra e acaba nos atropelando. Em seu mais novo livro de crônicas, Maria Luiza nos leva a refletir sobre o tempo que passa... a vida, os relacionamentos, os comportamentos humanos.

E, não por acaso, se despede, de maneira singular, das crônicas com o “Canto do cisne” para adentrar narrativas mais longas. Mas engana-se quem acredita que esse canto traduz o adeus de quem está a partir e nos deixar sós, pelo contrário, ele simboliza o presságio das muitas alegrias que estão por vir. E ecoa seu último canto.



Isabel Maria Barreiros Luclktenberg
 Mestre em Literatura

 



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