PREFÁCIO
Em O tempo passa...,
os afortunados leitores terão o privilégio de ter em mãos mais essa magnífica
obra da talentosa e profícua escritora Maria Luiza Vargas Ramos. Aqui
encontramos uma combinação perfeita entre uma vasta experiência de vida e uma
alta capacidade de observação e habilidade analítica. O conhecimento
apresentado, fruto da reflexão e de suas experiências de vida, lança luzes
sobre os principais dilemas que a vida nos apresenta.
O texto nos eleva a uma meditação profunda,
originada na caminhada da vida cotidiana brilhantemente apresentada pela
clarividência que caracteriza os trabalhos literários de Maria Luiza. Assim,
nos aproximamos da compreensão do acumulado atestado como sabedoria humana. Ler
esta escritora, sem dúvida, nos ajuda muito a experimentar a vida de uma forma
mais generosa.
O leitor é um privilegiado. Neste singelo livro
pode ter acesso a um panorama globalizado de diferentes dimensões da vida. A
valência da escritora, em um estilo literário já largamente aclamado, propicia uma
viagem por este mais novo lançamento editorial. Com as crônicas desta obra,
Maria Luiza robustece uma consagração já reconhecida pelos seus inúmeros leitores.
Em um linguajar acessível e, ao mesmo tempo,
erudito, Maria Luiza torna límpido o papel que a literatura reserva para a
nossa cultura. Em um mundo de informação
veloz e com o imperativo do virtual, a presente leitura propicia a definição
própria de espaço e tempo pelo leitor. Desse modo, possibilita o protagonismo
do indivíduo na reflexão e na construção intelectual, garantia de autonomia do
ser humano num tempo em que a pasteurização é a base da nova ordem cultural.
Desfrute, pois, caro leitor, deste valioso material
que Maria Luiza põe em nossas mãos. É garantia de crônicas com experiência de
vida, reflexão e alta qualidade literária.
Milton J. Pantaleão
Junior
Editora Alternativa
ORELHA:
O tempo passa… essa foi a sensação de quem adormeceu
no camarim depois do espetáculo e, ao acordar, se deparou com o teatro vazio.
Momento oportuno para o ator Svetlovídov, após tantas décadas dedicadas ao
teatro, recordar alguns momentos de sua carreira, ora nostálgicos, ora
eufóricos. A essa peça, publicada no século XIX, Tchekhov
deu o título de “O canto do cisne".
Expressão
empregada na Antiguidade, o “canto do cisne” é o último canto – e o mais belo –
que os cisnes exibem antes de sua morte. Alguns associam esse canto ao
sentimento de tristeza, outros dizem que esse é o mais alegre de todos os
cantos. De maneira melancólica ou alegre, essa expressão ganhou terreno na
literatura e se perpetuou em outras artes.
No campo das
palavras, o “canto do cisne”, uma vez mais, é relacionado com o tempo, essa
máquina autossuficiente que nos lança para frente, nos empurra e acaba nos
atropelando. Em seu mais novo livro de
crônicas, Maria Luiza nos leva a refletir sobre o tempo que passa... a vida, os
relacionamentos, os comportamentos humanos.
E, não por
acaso, se despede, de maneira singular, das
crônicas com o “Canto do cisne” para
adentrar narrativas mais longas. Mas engana-se quem acredita que esse canto
traduz o adeus de quem está a partir e nos deixar sós, pelo contrário, ele simboliza
o presságio das muitas alegrias que estão por vir. E ecoa seu último canto.
Isabel
Maria Barreiros Luclktenberg
Mestre em Literatura
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