17 de junho de 2016

                       Data boa de comemorar!

                       Nesse dia, em 1919, no comecinho do século XX, minha mãe nascia. E hoje colocamos uma velinha de 97 anos na sua torta de nozes!

                       Extremamente lúcida, sem doença alguma, tirando de letra as limitações da idade, com exceção da diminuição da visão que a afastou dos livros e pela qual ela lamenta todos os dias. Sua leitora e fiel escudeira Luiza faz de tudo para compensar, lendo tudo o que ela pede, mas, sabemos nós os leitores contumazes, nada substitui o prazer de segurar e devorar um livro.

                      O inverno rigoroso deste ano não lhe causa maiores sustos, uma vez que ela vem lá do Sul do país e quebrou muita geada usando saias e meias finas. A pressão arterial é que enlouquece um pouco nesses dias, no entanto, seu neto cardiologista a monitora de perto.

                      A Pitty vive deitada aos seus pés e fazendo todos os lanches junto, com pedaços de frutas voando de suas mãozinhas ligeiras para a cachorra gulosa, sempre acima do peso.

                       Dona Conceição só fica feliz com a casa cheia, com crianças aprontando e gritando ao seu redor, com netos deitados em seu colo para o cafuné, com as mulheres dos netos dentro dos seus abraços-caranguejo e, sobretudo, sabendo que seus filhos estão bem.

                       A companheira Ivete, há doze anos ao seu redor, alvo de rusgas, erros, acertos e demonstrações de fidelidade e cuidados, é peça fundamental para os dias da nossa quase centenária. Nem casamentos hoje em dia duram tanto!

                       Pois minha mãe atualizou seu título de eleitor, vai votar com a identificação digital, ainda que se diga muito desgostosa e desiludida com a política. Mas vai votar porque jurou que só votaria se algum membro da família Amin fosse candidato.

                      Há doze anos ela deixou nosso Alegrete, contudo se mantém sempre bem informada através da Gazeta e do Expresso Minuano. Adora os dois jornais e quer que leiam até os comerciais para ela saber de tudo que acontece na sua terrinha.

                     Lembra com saudade da nossa casa lá fechada, todavia, diz que não se anima a voltar, porque as pessoas já não estão lá e as lembranças seriam ainda mais doídas de perto.

                    Hoje é um dia de celebrar! De agradecer a Deus por essa mãe maravilhosa, por essa matriarca elo de ligação de toda família, por esse nosso pequeno e sorridente “centro do universo”.

                     Parabéns mãezinha! Que continues cheia de saúde e de sorrisos, porque és muito importante para todos nós!

                     Muitos, muitos beijos!