Já disse e
repito que a minha geração é a geração da mudança, em quase tudo!
Pois chegou a hora de revermos nossos conceitos sobre sexo também.
Gostar
a gente já gostava, mas tinha que gostar escondido, disfarçado, "na
moita" (às vezes literalmente), a não ser que o juiz já tivesse dado seu
aval e o padre a bênção. Daí éramos obrigadas
a gostar! Uso a forma feminina porque outra
característica da minha geração era saber que a vida, as
oportunidades, os conceitos, as permissões e proibições eram completamente
diferentes para homens e mulheres.
Recapitulando.
Enquanto solteiras devíamos permanecer virgens e considerar o sexo proibido,
sujo, feio e indesejado. Na noite de núpcias tudo isso deveria ser mudado. No
momento em que o lindo vestido de noiva era retirado tínhamos que nos
transformar em experiente gueixa, lânguida, cheia de excitação, como se
vivêssemos até então só à espera deste momento transformador. As exceções
ficavam por conta dos homens mais sensíveis, mais cuidadosos, mais
compreensivos, mais pacientes. Só eles poderiam garantir ao casal uma vida
sexual prazerosa.
Agora, ainda não atinei bem porque, os canais de TV a cabo fazem cerrada
propaganda do sexo como "melhoral", é bom pra tudo, sara tudo e não
tem contraindicação. Fazer sexo, alardeiam eles, é a melhor receita de saúde,
de beleza, de forma física, de como equilibrar a pressão arterial,
combater o estresse, iluminar a pele, prevenir a osteoporose, evitar câncer, enfim,
fazendo bastante sexo a gente pode até jogar os remédios fora e cancelar a
academia.
E não é papo de televisão apenas. Inclusive o excelentíssimo senhor Ministro da Saúde anterior já
determinou "- Todos pra
cama!" , porque assim vai economizar remédios e tratamentos
para os cofres públicos.
Só lamento não terem dito isso ao meu pai quando eu tinha quinze anos! Imagino
se o seu Ramos soubesse quanta saúde poderia indicar à sua filhinha... quem
sabe não afrouxaria um pouco a guarda hein?!
Sem querer ser negativa, o que me preocupa é saber se as DST, a AIDS, a
gravidez indesejada tudo isso acabou? É "mandar ver" sem
restrições mesmo? Nem em camisinha falam mais... O que haverá por trás dessa
verdadeira campanha sexual?
E quem não tem parceiro, como faz?
E
quem é feio de doer, que ninguém quer, além de feio ficará doente?
E
quem o parceiro não quer presentear com o pacote saúde, deve procurar outro
parceiro?
Sexo
virtual resolve?
Morro
e não vejo tudo... uma campanha para as pessoas transarem mais... ora essa!
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