Ao contrário de tantas mães “por acaso”, cuja inconsequência
gerou uma criança, existem aquelas mães que precisam de um filho para lhes
completar, para preencher sua vida, para extravasar seu carinho. Como nem
sempre a natureza é sábia, ou talvez porque seja mesmo, muitas vezes essas mães
não conseguem engravidar, ou não conseguem levar uma gravidez até o final e são
destinadas a abrigar as crianças oriundas de relações sexuais intempestivas e irresponsáveis.
Muitos casais desejam tanto um filho que se inscrevem em
longas listas de adoção, passam por incontáveis testes, cursos e entrevistas, precisando
demonstrar que serão pais responsáveis para aquela criança destinada a eles. Oxalá
todos os pais tivessem que se provarem habilitados antes de poderem trazer uma
criança ao mundo!
Pais que engravidam no coração preparam com todo amor o
quarto, o enxoval de uma criança que não conhecem, que não terá seus traços
físicos, da qual não escolheram sequer o sexo e que, muitas vezes, ainda tem
necessidades especiais. São pais ultra conscientes e “desejosos” do filho acima
de qualquer outra coisa. São pais que querem muito ser pais!
Dizia uma mãe adotiva que, quando recebeu o telefonema do
abrigo avisando que seu filho chegara, foi como se naquele momento tivesse
rompido sua bolsa e ela entrasse em trabalho de parto. Com o coração encharcado
de amor e olhos molhados ela segurou no colo a sua menininha, da qual recém
descobrira o sexo e sentiu, pela primeira vez na vida, que estava completa.
Adoção é filiação. E o vínculo afetivo é maior do que qualquer
vínculo biológico.
Não basta ter os mesmos genes para amar e ser amado. O amor
se constrói, o que passa pela genética são os traços físicos, de personalidade,
talentos, etc., que, uma vez não desenvolvidos, nunca passarão de traços mesmo.
A paternidade e, principalmente, a maternidade é construída
a partir da disponibilidade para “ouvir” seu filho, para a consciência de que
educar é um ato complexo e constante e que filho é prioridade e não complemento
na vida dos pais.
Hoje quero parabenizar as “mães de coração”, aquelas que,
por esses (des) caminhos da vida acolheram as crianças que procuravam ser
acolhidas depois de um abandono.
Um cumprimento especial àquelas que se dispõem a amar e
cuidar de crianças doentes, com deficiências, entregues à própria sorte como se
fossem um eletro doméstico com defeito. Essas são mães de verdade! Que Deus as
proteja!
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