Na sexta a expectativa é grande!
Parece que só o fato de não precisar trabalhar já garante um paraíso no final
de semana. Isso para quem não é médico, militar, policial, padre, enfermeiro,
segurança, cabeleireiro ou trabalha nos Shoppings e supermercados. Enfim, para
quem folga dois dias por semana, nos sábados e domingos.
Bem, o que estraga é esta expectativa
mesmo. Parece que o tempo é obrigado a estar firme, o sol generoso, as lojas
inaugurando suas liquidações, os restaurantes sem filas, os chatos sem aparecer
de visita, o time de futebol dando goleada, as festas lindas e cheias de boas
surpresas, a bebida descendo redondinho, enfim, a cada semana de trabalho tem
que corresponder um final de semana emocionante, prazeroso, revigorante.
É claro que isso não acontece sempre.
Aliás, quase nunca. E a frustração é inevitável.
Sábado é dia de enfrentar filas: no
shopping, nas lojas, nos restaurantes, no trânsito para as praias, em tudo!
As festas, para quem as frequenta, são
sempre uma caixinha de surpresas e nem sempre agradáveis. Os exageros nas
comidas e bebidas costumam ser cobrados regiamente na manhã seguinte.
Domingo dá pra escolher entre futebol
e Faustão. Dureza hein?!
Curioso é que, quando inicia o domingo,
vem a revolta porque o final de semana já está acabando. E depois o domingo
transcorre num marasmo absoluto, entre bocejos, espiadas no jornal, desencanto
diante da TV, solidão no computador.
E a segunda-feira é escolhida para
desabafar: vociferando contra o despertador, xingando no trânsito, desanimando
no trabalho, arrastando-se na academia, retomando as promessas de parar de
fumar, de beber e de comer, praguejando contra o chefe, lamentando as coisas
que deram errado, ou nem aconteceram nos dois dias “mágicos” que antecedem a
segunda.
Isso para quem não está de ressaca!
Para quem abusou, tudo consegue ser ainda pior. Maldita azeitona da empadinha!
Sem falar na dieta abandonada e nos quilômetros de esteira que terá de fazer
para gastar aquela comilança toda... até o final de semana seguinte.
Além dessas coisinhas desagradáveis,
existe o caso ainda mais grave, daqueles que exageraram na bebida e disseram
coisas das quais se arrependerão até o fim dos seus dias! Tanto para o bem,
quanto para o mal. Promessas que nunca serão cumpridas, beijos que não deveriam
ter sido dados, brigas desnecessárias, confissões que custarão caríssimo,
desabafos perigosos, rusgas com amigos, enfim, coisas que o álcool aflora e que
são inconcebíveis num mundo “civilizado”.
Por tudo isso, tenho pena da
segunda-feira!
Ao invés de sacramentá-la como o “dia
do arrependimento”, pode-se amenizar, subtitulando-a de “dia das promessas e
boas intenções”... certamente quebradas ao anoitecer da sexta-feira!
Fazer o quê?!
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