BENVENUTA
PRINCIPESA!
Às
13h do dia 14 de maio de 2008, em Florianópolis, na ilha de Santa Catarina, na
Maternidade Santa Helena, no bairro de Coqueiros, nasceu uma menininha.
Com
35 semanas e apenas 44 cm
e 2300 kg,
me fez chorar de emoção, desafiando os prognósticos e chorando a plenos
pulmões, sem precisar de incubadora, fios, sondas, nada. Foi para o quarto no
colo da sua mãe, menos de duas horas após o nascimento e às 16h já estava de
banho tomado e brincos nas orelhas.
Cabeluda,
clarinha, de boca desenhada e perninhas grossas, faz beicinho pra chorar e
segura firmemente o dedo da mãe para dormir.
O
pai, meu filho do meio, derrete-se inteiro ao admirá-la e sofre a cada injeção,
consolando-a de todos os modos. Sempre conversou muito com ela, ainda na barriga
da mãe, por isso ela se acalma só de ouvir sua voz.
Estou
destruída de cansaço e tensão, mas hoje dormirei aliviada.
Bruna
nasceu! Nossa "principesa" veio quebrar a hegemonia masculina da
família e seu nascimento foi transmitido, inclusive, pela internet para os
parentes distantes. Coisas da modernidade...
UM ANO!
Foi ontem? Não. Para quem cuida cada
dia tem as horas exatas, mesmo porque mais o corpo não aguentaria. Mas o sufoco
da chegada a gente nunca esquece!
Quem me acompanha há mais tempo deve
lembrar o quanto rezamos e torcemos juntos para que Bruna viesse ao mundo
saudável, apesar da chegada prematura.
Pois bem, dia 14 de maio
ela completa seu primeiro ano de vida, esbanjando saúde e formosura, graças a
Deus!
Do casamento dos meus pais sou a única
filha mulher, dos meus avós maternos fui a única neta, só tive filhos homens e
meu primeiro netinho é um garotão também.
Quando Bruna chegou vocês bem podem
imaginar a sensação que causou, ainda mais que estou tendo a chance de ajudar a
criá-la, cuidando dela diariamente para os pais trabalharem. Sou mãe-vó, vó-babá,
super babona. E não canso de comprar vestidinhos, tiaras, bonecas, enfeites mil
de menininha. Esperei muito tempo por isso!
Meu perfuminho,
minha piccolina, assim como os melhores
perfumes veio numa embalagem pequena, delicada, caprichada em seus mínimos
detalhes. De cada um da família pegou o melhor traço, sendo que é a única
pessoinha (junto com o Lucas) que fica mais bonita quando a vejo com meus
óculos de três graus. Do resto do mundo os defeitos se maximizam, mas nela
salienta ainda mais sua pele de cetim branquinho e seus olhos de veludo
azulados.
Parabéns Bruninha!
Que o Papai do Céu te proteja sempre e
que enchas de carinho, alegria e realizações a vida dos teus pais!
Um “upa” e um beijo imenso desta vovó que
te ama muito!
PICCOLINA - 2 ANOS!
Uma
menininha parecia algo abstrato em nossa família, composta predominantemente
por homens.
Minha mãe
só teve a mim e nenhuma neta. Eu só tive filhos homens e o netinho era varão
também.
Foi quando
chegou a Bruninha!
Um
embrulhinho cor-de-rosa que desabrochou aos pouquinhos e, ainda hoje, é um
pequeno botão de rosa completando dois aninhos.
Quantas
bonecas! Quantos vestidinhos! Quantos enfeites de cabelo!
Tudo rosa,
lilás, com florzinhas, gatinhos e coisa do gênero.
Uma
pequena boneca falante (e como fala!) que dança, canta, beija e abraça, faz
denguinho, adora filmes na TV, sabe o nome de todo mundo, come pouco, mama
pouco, mas conversa pelos cotovelos! Canta até em inglês!
Bruna
é o xodó da família, dos vizinhos, das professoras, porque sua vivacidade e
simpatia encantam e cativam.
Claro que
sou coruja! Que vovó não seria?
Minha
homenagem, neste 14
de maio, é para ela - minha princesinha e companheirinha de todas as
horas.
Parabéns
Piccolina!
BAILARINA
A bailarina
Cecília Meireles
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
Nossa
pequena bailarina - parece que foi ontem! - vai completar 3 anos!
Parece pouco? Não é não! São 1095 dias
de puro encanto, de uma convivência enriquecedora e feliz, de muito mais
risadas que lágrimas, de pequenas e grandes conquistas, de um vocabulário
riquíssimo para a idade e de, no mínimo, uma surpresa por dia!
Bruna
chega em minha casa às 6:30h, ainda de pijama, agarrada ao nenê de pano e
desliza para baixo do meu edredom, resmungando sonolenta : - Bom dia vovó! Sorte dela
e minha que moramos no mesmo prédio e assim evitamos maiores sacrifícios.
Minha
Piccolina já sabe fazer plié,
elevé e
ensaia as primeiras piruetas. Reconhece a letra do seu nome, pinta desenhos com
cores vibrantes como sua personalidade, canta muito, até em inglês imitando seu
pai, é levada, travessa, gritona, mandona e, ao mesmo tempo, extremamente
carinhosa.
Chora com facilidade, aliás, verte lágrimas "globais" quando quer e
na mesma hora as estanca se atinge seu objetivo. Imita a mãe em quase tudo,
coloca os sapatos de salto, o crachá e a bolsa dela e avisa que "vai
trabalhar".
Já
quer formar casais, sabe quem é par de quem e diz, como as meninas da
idade dela, que seu namorado é o papai, a quem chama de "príncipe".
Conhece
todos os parentes que a visitam e é louca pelos avós e pelos três tios,
adulando também as namoradas deles. Comemora a chegada de cada um e sempre
derrama algumas lágrimas na sua partida.
O primo Lucas - o único até agora - é seu melhor amigo, companheiro de
algazarra e sua maior referência infantil.
Ela
é também a "vitamina" da Bisa Conceição, que se renova a cada sessão
de histórias, brincadeira de bonecas, ou desenho animado na TV,
completamente apaixonada e derretida por sua bisnetinha.
Bruninha
é um poço de vaidade, louca por um batom, não sai sem perfume (e tem que ser
spray) e vive cheia de pulseiras, colares e presilhas nos cabelos. Suporta o
gel, as borrachas apertadas do coque do ballet só pra ver o
resultado.
Em
contrapartida, adora andar descalça, descabelada, livre pra subir, descer,
pular, cair e levantar.
Como
boa brasileirinha, já aprendeu o significado da palavra "saudade" e
me brindou com ela, quando chegou de viagem: -
Vovó, senti saudade de você!
Como tenho feito desde que Bruna
nasceu, deixo, aqui no blog, minha homenagem a essa pequena
companheira de todos os dias. E reparto com meus amigos e leitores a alegria de
ver essa menininha festejar seu terceiro aniversário, no próximo dia 14 de
maio, numa festa das
princesas, onde ela será a Cinderela.
Parabéns
Piccolina! Que o Papai do Céu te proteja sempre e que possas ir realizando teus
sonhos pelas estradas da vida, colhendo muito mais rosas que espinhos e sendo
muito feliz!
Um
beijo da vovó que te adora!
MINHA NETA
O tempo passa... mais depressa ainda para os
que estão desejando que ele demore mais um pouco.
Foi ontem? Não? Pois parece. Ainda ontem dormias como uma bonequinha, toda
enrolada, escondida do frio.
Hoje já estás "doutora", argumentas como poucos, tens mais de
um namorado, inventas histórias melhor do que muito adulto, reconhece teu nome,
canta em inglês, dança em meia ponta e samba com igual graça, pula, corre, faz
arte, teima e, de repente, sem mais nem menos, estala um beijo demorado na
minha bochecha e diz, com uma vozinha propositalmente dengosa: - "vovó, te
amo!"
4 anos! De agora em diante, tua memória registrará tudo, para sempre. Vamos
ter que repetir essas tantas horas de carinho extremo e dedicação exclusiva. E
não será nenhum sacrifício, não é minha "pirica"?!
Parabéns! Que tua festa da "Angelina ballerina" seja um grande
sucesso, que te divirtas pra valer e que sobrem bênçãos de todos os anjinhos do
Céu para a tua vidinha que está recém começando.
Um amoroso abraço e uma cascata de beijos desta vovó que é louca por ti!
Vovó
Maria Luiza
PARA UMA MENINA DE CINCO ANOS
Bruna, Bruninha, minha Piccolina, minha Pirica, aquele
bebezinho que me reciclou em fraldas e mamadeiras, vinte e oito anos depois do
meu último filho. Foi ontem? Semana passada? Céus... já faz cinco anos!
Esta pequena veio ao mundo “para causar”! Subiu a pressão da
mãe, exigiu sair antes da hora para o mundo, trocou a noite pelo dia, tatuou
olheiras escuras nos pais insones, reclamou de todos os leites, recusou muitas
comidas, afeiçoou-se demais à chupeta e ao nenê de pano, seu companheiro
inseparável.
Esperta, cheia de ritmo, balançando o corpinho pequeno a
cada música, cantando afinadinha, apaixonada por histórias, companheira da Bisa
nos casamentos da Barbie e do Ken, imitadora da mãe nos saltos altos e
maquilagens, parceira do pai nos esportes, brincadeiras e shows de rock e,
acima de tudo, minha companheirinha de todas as horas!
14 de maio de 2013 – Bruna completa cinco anos de vida e de
encantamento! Sua presença no mundo faz toda a diferença para as famílias de
onde provém e tudo o que fazemos, ou dizemos, a inclui.
Hoje ela inventa suas próprias histórias, divide comigo a
autoria do primeiro livro de contos infantis e já avisa que vai autografar
junto, pois sabe escrever seu nome.
Cria poemas rimados, não se aperta nos trava línguas e
raramente pronuncia alguma palavra incorreta, mesmo assim, cuida e corrige em
seguida.
Desperta para a alfabetização, enchendo folhas de letras e
pedindo para que a gente leia, pois sabe que é da junção das letras que surgem
as histórias. Se não se desviar, nem sofrer alguma decepção escolar, aposto que
Bruna ainda será uma renomada escritora, uma vez que conjuga desde já os verbos
essenciais para o ofício: ler e escrever!
Bailarina desde os dois anos, tem o corpinho delgado e
gracioso, os pés fortes e flexíveis, muito adequados ao balé. Se perseverar,
poderá se destacar também nesta arte.
“Filha de peixe”, já demonstra muita intimidade com a água e
se destaca nas aulas de natação.
A herança artística dos pais com os pincéis produziram nela uma
desenhista de traços firmes, que pinta com gosto e desenvoltura e ainda decora
os desenhos com criatividade.
Cheia de personalidade, agitada como quase todos os
magrinhos, tem sempre uma resposta na ponta da língua e “não consegue”, segundo
ela própria, obedecer com facilidade.
Adora usar saias e vestidos, apresentando bastante
resistência às calças compridas. Calorenta, vive tirando os casacos, os sapatos
e as meias para pular nos sofás, cadeiras, camas, como boa serelepe que é.
Tem amigos preferidos, que a adoram e a quem trata muito
bem. Em contrapartida, quando não simpatiza , não consegue disfarçar e se torna
hostil.
Desperta agora para as mentiras sociais, para o que deve ser
dito a fim de não ofender, não magoar os outros. Devagar, vai aprendendo.
O que desejar a esta menina que vive tão perto dos meus
cuidados todos os dias?
Que seja FELIZ!!!
Que tenha sempre muita saúde!
Que seu anjinho da Guarda não pisque os olhos e permaneça
sempre muito atento!
Que possa contar com seus pais, sempre e muito, durante toda
a vida!
Que desenvolva seus talentos, sem desperdiçar o que recebeu
da natureza e da genética!
Que ame e seja muito amada!
E que nunca perca a confiança nos outros e, sobretudo, em si mesma!
Parabéns minha neta querida! Minha quase filha, pois,
segundo ela, “Vó é dez vezes mãe”!
Uma chuva de beijos para ti e todo amor do mundo!
PARABÉNS PARA A MINHA MELHOR AMIGA!
Hoje, dia 14 de maio
de 2014, minha melhor amiga faz aniversário!
Ela completa seis anos.
Seis anos de graça, beleza, esperteza, personalidade,
talento e amor demais!
Somos parceiras em quase tudo e muitas vezes nem sentimos os
mais de cinquenta anos que nos separam.
Seu nome é BRUNA e ela é minha neta – um presente que Deus,
meu filho Cristiano e minha nora Simone me deram, além do privilégio de
ajudá-los a tomar conta dela desde que a mãe voltou ao trabalho quando ela
tinha apenas cinco meses de vida.
Bruna é inteligente, madura até demais para a pouca idade,
cheia de ideias e amorosa ao extremo com as pessoas mais próximas.
Imita a mãe e dorme abraçadinha com ela.
É a companheirinha do papai em tudo, da piscina à banda de
rock!
Mesmo de pernas compridas, adora um colinho.
E, sempre que pode, passa um batonzinho para sair.
É a “vitamina” da Bisa, de noventa e quatro anos, brincando
de Barbie, Monster Hight, bonecas de pano, diariamente, com ela.
Ama os primos, os tios e seus amigos. Agora, quando não
simpatiza... aí fica difícil!
Bruna dança balé, está se alfabetizando rapidamente numa
turma onde é a mais novinha, nada e mergulha na piscina grande, desenha e pinta
muito bem, inventa historias, cria diálogos fantásticos para as bonecas, tem
opinião formada sobre quase tudo, tem uma voz forte e muito afinada e, embora
pequenininha, uma liderança nata que a faz viver cercada pelos colegas e
amigos, determinando as brincadeiras.
Parabéns minha parceirinha de vida, princesa linda e amada
da vovó! Que o Papai do Céu e teu anjinho da guarda estejam sempre ao teu lado e
que sejas muito, muito feliz!
Um abraço de “vovó ursa” e muitos, muitos beijos desta tua
grande amiga, fã e torcedora.
Vovó Maria Luiza
MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA
Ainda tenho bem guardadas as imagens do seu nascimento. Um
botãozinho de rosa semiaberto e tão pequeno! O tempo voou, assim como voam suas
perninhas ágeis, pulando como cabrita de sofá em sofá, pendurando-se nos
corrimões da casa da Bisa ou escorregando no corrimão da escada que leva até a
garagem, para, segundo ela, “descer mais ligeiro” quando vai para a escola.
Bruna tem sede de viver e de experimentar! Dança balé
lindamente, já sabe nadar e mergulhar, canta no Coral da escola, só tira nota
dez em Inglês, faz cupcakes e ajuda seu pai no preparo da comida japonesa e
agora anda pedindo para aprender a tocar piano.
Está no segundo ano e, às vezes, as tantas provas e
trabalhos parecem excessivos para sua pouca idade e corpinho delicado. Brinca
muito com os primos sempre que consegue evitar as crises de ciúme da priminha
Alice, que ousa disputar com ela o colo da vovó.
Companheira da mãe nos enfeites, nas tarefas da escola e
também na teimosia, característica que se acentua à medida que se aproximam os
sete anos.
Chamego incondicional do pai, unha e carne com ele, mesmo
com tantos mimos é a ele que obedece primeiro.
Bruna está mudando, deixando um pouco as bonecas de lado,
sempre com suas tiradas espirituosas que não canso de registrar, repetindo as
gírias que escuta na escola, experimentando dar de ombros e fazer birra, mas
sempre amorosa, com abraços apertados e uma vontade incontrolável de se esticar
no sofá da casa da vovó para ver seus filmes favoritos.
Vaidosa, já guarda o batom ao lado da escova de dentes no
armário do banheiro para não esquece de passar
antes de sair.
Sua mãe, habilidosa, faz laços de fita em profusão e eles se
tornaram a maca registrada de seus
cabelos dourados.
Bruna, Bruninha, companheirinha da vovó desde sempre, nesse
teu dia renovo meu pedido a Deus e ao teu anjinho da Guarda para que te proteja
sempre, principalmente quando estás aprontando alguma arte e que te faça uma
menina cada vez mais feliz!
Parabéns minha pequena pelo teu 7º aniversário, saúde e
felicidade de montão!
PICCOLINA
Deitada no meu colo, ela lê a lição para a prova de Ciências
em seu caderno, com aquela hesitação adorável dos recém alfabetizados. Seus
longos cílios castanhos piscam devagar, a cabeleira dourada se esparrama no meu
peito e o ar sibila ente a porteirinha graciosa surgida com a queda dos dois
dentes de leite centrais.
Ainda ontem era o meu bebê, passava os dias inteiros aos
meus cuidados e chorava muito na hora de ir embora, estendendo os bracinhos e
me partindo o coração.
Hoje descobre o mundo, a vida e as pessoas com passos
gigantescos de criança esperta e curiosa, numa ânsia de entender, de interagir,
de não deixar passar nada.
Os pés têm asas, quando dançam em meia ponta, quando correm
no recreio da escola, quando descem as escadas do seu apartamento para o meu e
para o da Bisa e sempre em busca de constantes descobertas.
Seus olhos castanhos, redondos, espertos procuram descobrir
o que não lhe contam, reparam nos detalhes, encontram defeitos, vasculham tudo
e todos.
A voz clara canta, grita, argumenta e faz escalas para
aquecer a garganta no coral da escola e nos ensaios de rock com seu pai.
Uma borboleta, uma mariposa, uma libélula esvoaçante e
graciosa, delgada, pequena, leve como os sonhos, firme como as palmeiras, que
vergam, mas não quebram.
Quando levanta o queixo desafia o mundo adulto, fecha o
cenho aperta os lábios e só cede depois de entender e aceitar os argumentos
para as ordens e proibições que seus pais lhe dão.
Um dia vai crescer, não caberá mais o colo, encontrará seus
pares, fará caras e bocas, jogará charme e ditará regras.
Hoje, suas colocações, ácidas e pertinentes, deleitam os que
a conhecem, provocam risos e balançar de cabeças, encantam esta avó.
Que o mundo te acolha bem minha pequena, que não corte tuas
asas, não te decepcione e jamais desistas de sonhar, de ter esperanças e de
acreditar!
Se perseverares, dançarás em ponta pelo mundo afora. Senão,
certamente encantarás com tua graça e teu ritmo nos bailes e baladas da
juventude.
Para mim, continuar te acompanhando é como admirar um
canteiro especial, onde a mais bela das flores desabrocha dia a dia.
Mais tarde, como o poeta Casimiro de Abreu cantou no poema
“Meus oito anos”, relerás este texto e certamente sentirás saudade desse tempo
e desses oito anos que completas hoje (14/05).
Sempre inquieta, ela se acomoda melhor no sofá, esparrama os
cabelos lisos e compridos nas minhas pernas, fecha o caderno, ensaia um sorriso
maroto e, de olhos brilhantes, pergunta:
- Vó, beijar é bom?!
DE NIÑA A MUJER
Não sei se foram os ventos da praia, as risadas na areia, o
descanso, os mimos...
Quem sabe foi a alegria do sucesso escolar, das
apresentações de dança e canto no final do ano, dos mergulhos com os primos...
Pode ter sido a magia do primeiro cruzeiro com os pais...
A questão é que ela, assim de repente, perdeu todas as
roupas, que ficaram curtas ou apertadas e começou a servir seu prato sozinha
nas refeições, sempre bem balanceado e com bastante carne como ela gosta.
Sozinha ela lava e escova seu cabelo comprido e escolhe as roupas para vestir.
Mudou seus canais na TV, preferindo as séries adolescentes e
os programas de culinária. Quando consegue um celular emprestado fica tempos
assistindo vídeos no Youtube.
Ainda não gosta da tabuada, prefere tudo ligado a artes,
música, dança, pintura, teatro. Mas tem conseguido manter as notas acima de
nove em todas as provas da escola.
Minha Piccolina está completando 9 anos neste 14 de maio!
E eu me surpreendo com ela a cada dia, parece que a descubro,
extasiada com suas transformações, com o revirar dos olhos, os trejeitos da
boca, os gestos, as confidências que me faz a cada dia, os silêncios
povoados...
De repente, o grande espelho do meu quarto passou a ser mais
consultado, com mais apuro, em análises minuciosas, como se ela também
estivesse se redescobrindo.
A cama dos pais, refúgio de carinho e aconchego, agora só
satisfaz para o comecinho do sono e é ela mesmo que pede para o pai levá-la
para seu quarto e fechar a porta.
A mãe se torna cada vez mais companheira, numa parceria de
mulheres e amigas. O pai é o porto seguro, a disciplina e o foco das
brincadeiras.
A Bisa é a referência máxima da pirâmide familiar, os primos
suprem a falta de irmãos, os tios enchem de mimos, os avós babam por ela e essa
vovó aqui continua levando para a escola, ensinando para as provas,
aconselhando nos novos e tantos pequenos problemas que surgem nos
relacionamentos da escola.
Minha Bruna cresceu, as pernas ficaram compridas e fortes, o
apetite aumentou muito (haja sanduíche e Nescau), as respostas estão sempre na
ponta da língua e assim, levada pelos ventos amenos do Outono, ela vai se
transformando, delicadamente, lindamente, de menina em mulher.
Parabéns minha neta amada!
Que todos os anjos do Céu te acompanhem vida afora,
afastando os espinhos do teu caminho, ou te deixando forte o suficiente para
arrancá-los.
Sejas feliz fazendo o que gostas, cercada por pessoas que te
amem de verdade e longe de todos os perigos e da maldade humana.
Feliz aniversário!
Chuva de beijos coloridos!
ADOLESCÊNCIA
Se nunca nos afastamos por mais de uma, duas semanas de
férias.
Se ela ainda se ajeita no colo mesmo que sobrem pernas e
braços.
Se ajudo a colocar o uniforme e pentear seus lindos cabelos,
cada dia com um penteado diferente.
Se faço uma nuvem de perfume sobre ela quando fica pronta
para a escola.
Se ela não consegue passar diante da minha porta sem entrar
e correr para seus recantos favoritos, onde foi criada desde bebezinha.
Se estuda aqui, conta seus segredos brincando com as almofadas,
reclama dos castigos, das incompreensões, da traição das amigas.
Se estamos assim sempre juntas, quando foi que ela cresceu e
mudou tanto?!
De repente, o espelho é consultado com mais frequência e
demoradamente. Criticamente até.
De uma hora para outra ela passou a comer muito mais e a
rejeitar categoricamente alimentos de que gostava pouco.
Agora enfrenta e questiona as ordens, muitas vezes em
lágrimas e todas as exigências lhe parecem exageradas e equivocadas, sentindo-se
quase sempre injustiçada.
Num dia é doce, obediente, amorosa; no outro já acorda
teimando, emburrada, desafiadora.
Seu corpo lhe foge ao controle, num tal de espichar braços e
pernas, rechear a silhueta antes tão delgada da infância com músculos fortes e
formas arredondadas.
Tanto mentiu que precisava de óculos, tanto levou
furtivamente os primeiros óculos da vovó para a escola que acabou descobrindo
que a genética materna foi mais forte e ela herdou, além dos lindos cabelos, a
miopia da mãe.
Agora, assustada, ela descobre que o mundo não é todo doce e
cor-de-rosa e que existem pessoas más de quem deve se afastar.
Ao invés de estimulada a conversar e sorrir para as pessoas
como quando era menor, lhe dizem que não deve dar nenhuma atenção aos estranhos
e que alguns homens podem ser muito maus com as menininhas.
Continuamos conversando muito e me encanto ao ver seus
trejeitos, suas maneiras de menina crescida, os olhares, os sorrisos, os cantos
da boca se contorcendo para contar o que lhe desagradou.
Difícil obedecer o tempo todo com tanto mundo para
descobrir!
Cada vez mais chato ficar decorando a tabuada enquanto a
cabeça pulula de ideias e conclusões apressadas sobre tudo e sobre todos.
Nem todas as crianças têm uma adolescência plena e sofrida.
Algumas passam por ela quase incólumes, com o mesmo temperamento manso que
sempre tiveram e as mudanças se limitam às formas corporais. Os meninos, de
maneira geral, sentem menos essa passagem do tempo, ainda que mudem até a voz e
se encharquem de hormônios.
As crianças mais intensas podem sofrer bastante e cabe ao
adulto tentar amenizar essa fase complicada, em que elas procuram se entender e
se conhecer melhor, assim como passam a enxergar com outros olhos os adultos
que as rodeiam. O fato é que elas deixam de ser um apêndice dos pais e tentam
romper, aos poucos, os resquícios do cordão umbilical.
De repente, se aninham no colo do pai, da mãe e voltam a ser
aquelas menininhas que na verdade ainda são, exagerando no dengo, nos mimos,
nas brincadeiras infantis e dando um refresco às novas perplexidades dos
genitores.
Amor, amor, amor. Paciência, maturidade, diálogo sem gritos,
menos castigos e mais estímulos, tempo para ouvir, interesse pelos assuntos
delas, beijos, abraços, companheirismo.
É disso que os adolescentes precisam para atravessar essa
fase tão conturbada da vidinha deles que, graças aos hormônios dos alimentos,
começa cada vez mais cedo.
Ainda ontem minha Piccolina dormia no meu colo na cadeira de
balanço.
Agora, quando exagero nos mimos diante das suas amigas, me
diz com um sorriso encabulado:
- Não me envergonha vó!
PS: E hoje, no dia do teu 10º aniversário, a vovó estará cruzando os mares para conseguir chegara a tempo de te dar o abraço saudoso e intenso que a data merece e que tanto gostamos!
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