Hoje é o Dia das Mães. De todas as Mães. De todas aquelas
que merecem ser chamadas assim, porque ser mãe é ser oásis, porto seguro,
ternura, olhos molhados, mãos postas, incentivo, limites, torcida, elogios,
consolo.
Não basta carregar na barriga, nem trazer ao mundo. Ser mãe
é muito mais! Existem pais que são mães, avós que são mães, tios que são mães,
padrinhos que são mães e mães que não são mães. A essas não me refiro, porque
foram dotadas de útero, trompas e ovários por um engano da natureza, quando
deveriam ser ocas por dentro, da mesma forma que são ocas no lugar do coração.
Essas que jogam os filhos no mundo, que permitem que sejam abusados, que
abandonam nas esquinas, que os submetem a todos os castigos e vexames, essas
são verdadeiras anomalias e não merecem sequer serem chamadas de mães.
Hoje é dia por excelência da minha Mãe. Minha mãe amor,
minha mãe superação, minha mãe coragem, minha mãe dedicação, minha mãe
simpatia. Nos sessenta e três anos da minha vida, nem um dia sequer eu me senti
sem mãe. Isso que morei longe dela por muitos anos, numa época sem redes
sociais, sem celulares, sem aplicativos, num tempo em que eu precisava ir à
telefônica todos os domingos para falar com ela e com o meu pai. E fazer cada
neto falar o tempo que quisesse, pois ligávamos a cobrar.
Dona Conceição foi uma mãe exigente com resultados escolares
e me ensinou o que hoje vale tanto na minha vida – a ser leitora, a amar os
livros e a viajar neles. Hoje ela já não consegue ler, mas tem uma leitora para
ler quatro horas por dia para ela.
Como não admirar uma mãe que, com quase 97 anos, só pede
de presente cremes e perfumes? Que anda
sempre limpa, cheirosa, arrumada, mesmo que não vá sair de casa e mesmo que só
receba a visita da família?
Uma mãe que acompanha a política nacional, conhece a
história da maioria dos políticos e tem opinião formada sobre cada assunto e
cada candidato. Uma mãe que quer saber as notas dos bisnetos, que controla a
alimentação deles e que opina sobre os hábitos de cada um. Uma mãe que é o
centro do mundo para os netos, que vivem ao redor dela em profusão de mimos e
beijos.
Neste Dia das Mães quero homenagear essa pequena guerreira
que sobreviveu à perda do filho caçula, à cegueira do marido e à semi paralisia da
mãe, mesmo sendo tão doce, tão frágil, tão sonhadora, tão amorosa. As dores não
a transformaram numa mulher amarga e não a vemos se revoltar, ou lamentar. Ao
contrário, buscamos nela o alento para enfrentar nossas próprias batalhas,
pedimos que reze por nós, buscamos sua proteção e seu carinho ilimitado.
Mesmo só tendo uma filha (eu), ela teve dois genros que a
tratam como mãe até hoje, porque minha mãe sabe amar como poucos e não deixa de
amar por decreto ou por assinaturas em papéis. É na casa dela que o pai dos
meus filhos se hospeda e é para ela que ele liga todas as semanas.
Hoje, portanto, parabenizando todas as mães e feliz da vida
com meus filhos amados em volta, minha homenagem especial vai para a minha mãe,
que merece como poucas esse dia e todas as homenagens do mundo.
Parabéns pelo seu dia Dona Conceição!
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