Só quem já sofreu disso pode entender.
Sabe
quando o corpo pede um descanso e a cabeça se recusa a desligar? Tem vezes que
nem os olhos querem ficar fechados e vamos acompanhando o passar do tempo pelo
relógio de cabeceira, já antevendo o dia seguinte, com aquele cansaço visceral
que nos espera.
Pior é quando estamos cochilando diante da TV, principalmente após o jantar
(coisa de velhos, não tem jeito) e despertamos completamente quando resolvemos
nos preparar para dormir de verdade.
O
programa de TV, quando escolhido de acordo com a hora, parece que nos embala.
Já o travesseiro... este parece que guarda em seu recheio todos os nossos
problemas para desfiar um a um no momento em que deitamos nele.
Nunca quis ter aparelho de TV no quarto, acho viciante, pois me habituo até com
o ruído do ar condicionado e demoro a dormir sem ele quando acaba o verão.
Entretanto, nessas noites insones, chego a pensar em colocar um.
É desesperador ficar mudando de posição, puxando e chutando o lençol, virando o
travesseiro, rolando de um lado para outro na cama, deitando de bruços,
enfim, nada dá certo.
E
nossa cabeça lembrando situações e pessoas, conversas ouvidas no dia, problemas
adiados, dúvidas, saudades, planos, enfim, uma verdadeira máquina de
tortura.
A gente conhece a receita: nada de café, chimarrão ou álcool à noite, refeição frugal,
relaxamento, horário certo para dormir.
O jeito é obedecer, embora não goste muito de regras e a noite seja a minha
hora de liberdade, de encontro comigo, de fazer alguma coisa para mim mesma, de
soltar as amarras... e depois ter insônia a noite inteira!
Como invejo as pessoas que deitam e dormem a noite toda, quase sem se mexer e
acordam com uma cara ótima e cheios de disposição!
É uma inveja boa, da branca, mas uma inveja, sem sombra de dúvida!
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