Pátria
minha, grande e menina, amada e criticada ferozmente pelos filhos seus. Como
todas as mães. Só os filhos têm o direito de criticá-la e não a trocariam por
nenhuma outra, porque mãe é mãe.
Não
sou uma pessoa muito viajada, pelo menos do jeito tradicional de viajar, com
malas, etc. Sempre viajei muito através dos livros e, depois, através da
televisão, dos filmes, da internet. Há alguns anos, tive a oportunidade de conhecer
alguns países da Europa, que era o maior sonho da minha vida. Amei cada lugar,
cada momento, cada paisagem e em alguns lugares parece que eu já tinha estado,
porque lera muito sobre eles ou vira nos programas de viagens que estou sempre
assistindo.
Pude,
então, melhor classificar o Brasil, comparando-o aos demais países. E descobri
que nosso país é lindo, que o brasileiro é muito afável e que têm razão os
"gringos" de quererem estar sempre por aqui. Claro que reconheço
nossas dificuldades; a mais gritante, em comparação com os países que visitei, era a disparidade social, a riqueza ostensiva ao lado da mais absoluta miséria, a sub-vida de tantos brasileiros. Hoje, infelizmente, se se pude colocar um adendo ao nome do nosso país seria, sem sombra de dúvida, "pátria de corruptos". A cada dia ficamos mais estarrecidos com as descobertas de incomensuráveis falcatruas, propinas e desvios dos cofres públicos, a par do inchaço nos cabides de emprego eleitoreiros, que acabam de dilapidar as parcas reservas que escaparam das malas fraudulentas.
Nosso
Brasil comemora muitos aniversários. Um deles é em abril, dia 22, data do seu
"descobrimento", ou melhor, data em que os índios aqui reinantes
perderam a paz com a chegada das naus portuguesas. Outro é em setembro, dia 7,
quando um imperador português - D. Pedro I, resolveu nos libertar de Portugal.
Não sabemos até que ponto ele queria tanto a nossa independência, ou se foi
mais um acerto entre nobres colonizadores. O fato é que, pelo menos nos papéis,
ficamos donos do nosso nariz. Claro que há controvérsias, todavia não é meu
intuito escrever um tratado de história, nem teria competência para tanto.
A
verdade é que amamos o Brasil, apesar dos seus problemas, ou exatamente por
eles. Políticos de todas as vertentes afiam suas armas nesse 7 de setembro e
saem farpas para todo lado. Parece que muita gente não entende que não existe
orquestra de um instrumento só e que cada partido, cada ideal, cada programa é
necessário ao Brasil, desde que bem afinados, é claro, individualmente e entre
os demais. Só assim, com este som polifônico, o país poderá melhorar. Tudo que
é excludente, simplista não agrega valores, não aumenta nada, só diminui.
Sabiam
que há um imenso painel do nosso Portinari na sede da ONU? E que ele nunca pôde
vê-lo montado porque era comunista? Que morreu intoxicado pelo chumbo das
tintas, cinco anos após concluir o painel?
Conflito
de ideias, empobrecedor como todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário