Volta e meia releio trechos dos meus livros anteriores,
principalmente do primeiro que publiquei (GAZETEANDO, 2007) para acompanhar
minha evolução, tanto estética quanto de pensamento.
Menos de dez anos se passaram e as mudanças são abissais!
Mudei eu, mudou o mundo, nada é como antes. Minhas crenças foram derrotadas
pela realidade, meus ídolos eram de barro e se estilhaçaram, tenho hoje
dificuldade em acreditar no que quer que seja, tanto no panorama político,
quanto ético dos brasileiros.
Eu defendia os menores carentes com unhas e dentes, confiava
na sua capacidade de esforço, de luta e de vontade de batalhar por um lugar ao
sol. Hoje, desalentada, vejo que a grande maioria escolheu o caminho mais
rápido e tortuoso para conseguir o que almejam, roubando, matando,
sequestrando, se prostituindo, vendendo e consumindo drogas.
Nunca fui filiada a nenhum partido, no entanto, como a maioria
dos trabalhadores, apostei naquele que dizia batalhar por um país mais justo
para todos os brasileiros. Hoje, profundamente decepcionada, vejo que, assim
como tantos outros, eles só almejavam o poder para favorecer os seus e seus aliados,
dando uma banana para o povo e falindo as últimas empresas públicas, inclusive
a melhor e maior de todas.
Fui idealista, como todos os jovens, entretanto, em nossos
dias, um ideal como o que norteava a minha geração passa atestado, no mínimo,
de desinformação, fanatismo, equívoco. Como defender menores assassinos e
governos corruptos?
Famílias destruídas, educadores desvalorizados e pais
irresponsáveis fornecem a mistura perfeita para uma sociedade fracassada e
violenta, onde os jovens “de bem” anseiam por deixar o país em busca de
segurança e valorização.
O mundo mudou... para bem pior! Era eletrônica onde os robôs
talvez tenham mais equilíbrio que o ser que os criou. Violência beirando a
barbárie, fanatismo religioso, tolerância imposta, salve-se quem puder!
Não posso desistir do meu país, nem cruzar os braços, pois
meus filhos ainda estão na batalha e meus netos precisam de um mundo melhor.
A postura da avestruz não muda nada, virar as costas aos
problemas não os faz sumir, precisamos, isso sim, nos engajar na luta por
melhores dias, por medidas mais justas, por mudanças de leis, pelo cumprimento
das leis, por honestidade, por um país onde os bons queiram ficar e os maus
saibam que serão exemplarmente punidos.
Enquanto andamos no mundo estamos sujeitos a mudar, tanto de
opinião quanto de postura. Só não vale se omitir!
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