IMPRESSÕES DE VIAGEM

            Para quem ainda não viajou ao Chile, fica um registro, breve e atual, das sensações e algumas decepções que temos por lá.
             Santiago é uma cidade linda, plana, larga, espaçosa, mais horizontal que vertical e não seria em apenas cinco dias que poderíamos dizer que realmente a conhecemos.
                 Na primeira visita dá para ter uma ideia, mas para conhecer mesmo seria necessário muito mais tempo e flexibilidade total de horários, coisa que num evento nem sempre é possível.
                 O frio na cidade é perfeitamente suportável, desde que usemos as roupas certas, de inverno. Principalmente para quem é do sul, como nós, o frio não assusta nem um pouco.
                 O encantamento maior vem da Cordilheira dos Andes, desde a chegada do avião, numa visão inesquecível da cadeia de montanhas coberta de neve.
                 O povo chileno, pelo menos o da capital, não é muito simpático, nem solícito, com raras e honrosas exceções. Os motoristas de táxi estão sempre de mal com a vida, os carros velhos e sujos e sistematicamente repassam dinheiro falso no troco. Aliás, até nas casas de câmbio repassam dinheiro falso. É uma desconfiança constante, todo mundo perdendo dinheiro em cada troco, pois não tínhamos o conhecimento necessário para distinguir as notas falsas, que são muitas.
                 A limpeza deixa um pouco a desejar, desde o aeroporto, onde os banheiros são difíceis de encarar.
                  É um povo de poucos sorrisos e pouca cordialidade. Mas a beleza da cidade compensa.
                  O Vale Nevado é de uma beleza ímpar! Depois de quarenta curvas fechadas ao redor da montanha, onde muitos passam mal pela altitude e pelo girar das vans, chegamos ao vale branquinho, com pontinhos coloridos descendo nos esquis. Inclusive crianças pequenas já esquiam,muito treinadas e esbanjando graça e técnica. Lá em cima é neve para todo lado e gente carregando esquis, pranchas e outros equipamentos. As crianças que não sabem esquiar precisam procurar um canto gelado longe das pistas para se divertir - e congelar - um pouco. Precisamos descer até às 16h, senão a neve aumenta e a pista fica muito escorregadia,  necessitando correntes nas rodas dos carros  enquanto contornam o precipício.
                    Os restaurantes são caros, mas a comida é boa e os frutos do mar do Mercado Central então...  saborosíssimos! Os bons restaurantes apresentam shows com danças típicas, inclusive dos índios.
                    Quando retornamos ao Brasil, já de cara notamos a diferença. Em Guarulhos, as filas da imigração são imensas, com poucos atendentes (em Santiago são muitos e super eficientes); em contrapartida, os funcionários são sorridentes, brincam com as crianças, fazem piadas, aquele jeitinho brasileiro que contorna as deficiências na base da simpatia.
                    É muito bom viajar, conhecer lugares novos! Quando a viagem é curta e a Cordilheira tão bonita, a gente chega com um gostinho de quero mais!