Que atire a primeira
pedra quem não achou seus filhos os bebês mais lindos do mundo, depois a
criança, o adolescente, o jovem e o adulto mais bonito e mais simpático que
todos os demais!
Netos então! Com menos visão e o coração hipertrofiado não dá pra negar a
corujice - os netos são fascinantes, principalmente quando se parecem
com a família da gente.
Vocês
certamente conhecem a história da mamãe coruja, que recomendou ao gavião que
poupasse seus filhotes quando os encontrasse e que seria fácil reconhecê-los,
pois eram os mais bonitos de todos. Claro que foram os primeiros a serem
devorados! Por isso somos todos um pouco pais, mães e avós corujas.
Fugindo do inverno no sul numas férias de julho, fui pegar vento e chuva na Bahia, com direito
a aposentar os casacos e até curtir uns raios de sol de vez em quando.
Férias escolares, alta temporada, muitas crianças, muitos jovens, muita
bagunça. Fila para tudo, lojas cheias, axé dia e noite, preços salgados, peixes
deliciosos. Nordeste em julho é assim mesmo.
Nos passeios, nas praias, na piscina do hotel, no refeitório, em todo lugar
muitas crianças e nem todas tão lindas quanto seus pais supunham, ou
enxergavam.
Eu costumava dizer que bebês e noivas eram sempre lindos, entretanto mudei de ideia. Existe criança feia sim, embora seus pais (quase sempre feios como ela)
não se cansem de fotografá-la e
exibi-la com orgulho a toda gente. É natural, assim como foi natural à coruja
dar a informação errada de sua prole.
A obesidade chegou ao Brasil, definitivamente. Além das mulheres (as mais
atingidas) e dos barrigões preocupantes dos homens, as crianças também começam
a ficar obesas, entupindo-se de guloseimas e refrigerantes, sentadas diante da
TV, do videogame e do computador.
Lá, pelo menos, até os feinhos se divertem muito, brincando, correndo,
nadando, gritando, como crianças de verdade. Certamente estão comendo e
dormindo muito melhor, do jeito que a vida dos pequenos acontecia antes dos
avanços tecnológicos, da violência urbana, do excesso de automóveis e motos.
Senti falta das minhas crianças por lá, até porque não há como não lembrá-las
diante daquela algazarra infantil.
Acho
que os três fariam bastante sucesso, porque são tão bonitinhos, espertos,
educados, simpáticos... ops! Será que eu também sou coruja?!
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