segunda-feira, 28 de abril de 2014

OS SANTOS DA MINHA IGREJA




                            Aqui, no meu espaço, não temo ferir sensibilidades, nem opiniões contrárias.
                            Geralmente, evito assuntos polêmicos, ainda que, muitas vezes, sinta vontade de abordar abertamente alguns temas que, a meu ver, precisariam ser discutidos.
                            Em respeito aos amigos e leitores que pensam diferente e a quem, por outros motivos, admiro, eu me calo.
                            Agora, em relação à minha Fé, não posso renegá-la, sob pena de ser uma falsa cristã, mais descrente que os ateus. Só espero que a respeitem, da mesma maneira que respeito todas as crenças, dogmas, religiões e, inclusive, a falta deles.
                           A Igreja Católica canonizou dois Papas: João XXIII e João Paulo II. Depois de tantos santos, nada mais justo que tornar santo quem abdicou de todas as liberdades da vida para se dedicar apenas a salvar almas, ou a fortalecer a fé no ser humano.
                          João XXIII foi o Papa da minha infância, da minha Primeira Comunhão. Aquele que transformou as missas em latim, de véu na cabeça, missal e terço na mão diante de um Padre de costas para o povo, uma missa em que cada um rezava para si e o padre para Deus, uma vez que não se entendia quase nada, numa missa participativa, em português, de frente para o celebrante.
                         Não é pouca coisa! Imaginem que, nas missas, havia três cores de véus: os pretos da viúvas, os cinzas das casadas e não virgens e os brancos das crianças e das virgens. Já imaginaram? Pois era assim mesmo que era quando me entendi por gente nas missas. E sem véu nem pensar em se aproximar da mesa da Comunhão! Quem não acordasse bem cedo aos domingos para tomar café duas horas antes da Missa, ficava em jejum a manhã inteira, pois não poderia comungar de estômago cheio (ontem, na missa, uma senhora só tirou o chiclete da boca, mascando loucamente, na hora de receber a hóstia). Os homens e rapazinhos iam à missa dominical de terno e gravata e depois da missa, todo mundo caminhava pela Rua Ipiranga até o Cine Glória para ver os cartazes do Cinema e escolher o filme que iriam assistir à tarde ou à noite.
                         Aproveitei a reforma de João XXIII para dar uma refrescada na memória, entretanto, é claro que ele fez para a Igreja muito mais do que isso!
                        João Paulo II foi o Papa da infância dos meus filhos. Sua primeira visita ao Brasil coincidiu com o nascimento do meu filho caçula, em 1980. Este foi um santo mesmo em vida, pelo olhar, pela coragem, pela postura, pelas viagens, pelo imenso sacrifício de tentar até o fim desempenhar sua função no mundo, mesmo tão doente e fragilizado.
                         A canonização desses dois Papas, para mim, foi só uma concretização do que os fiéis já sabiam.
                         Agora, canonizado também será, com certeza, esse carismático, moderno, despojado, humano Papa Francisco, que cativa até que nem pratica sua religião.
                        Fico contente por ter mais dois santos para quem rezar e pedir proteção.
                        E haja santo nesse nosso mundinho!
                        Aleluia!
                       Amém.



 



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