sábado, 8 de fevereiro de 2014

ALCOVAS DE BOLSO



         

          Quem de nós já não ouviu a frase: "roupa suja se lava em casa"?
         Pois é, e roupa limpa também deveria ser lavada em casa, ou pelo menos entre os amigos mais íntimos.
         Não é o que se vê por aí, com o advento dos telefones celulares.
         Gente! O que é isso?!
         As pessoas perderam totalmente a noção de ridículo, de privacidade, os rudimentos mais básicos da vida em sociedade!
         Nas ruas, nos restaurantes, no transporte coletivo (nos táxis então!), nas filas de banco ou de cinema, enfim, em todos os lugares públicos a gente acaba se envolvendo nos assuntos mais pessoais de pessoas estranhas e ainda tem que ficar com uma cara de paisagem, como se fôssemos surdos.
          Dia desses, esperando no Cartório um reconhecimento de firma, fiquei sabendo da traição de um marido, do roubo de um primo, das fofocas de uma vizinha, do golpe que a família estava dando num de seus membros, das falcatruas de um advogado e ainda das desculpas inventadas por um suposto amante. Assim, em menos de uma hora, para quem quisesse ouvir.
          Tudo na vida é mediado pela educação. Telefones celulares nas mãos de quem nunca soube se comportar em público vira um desastre mesmo.
          É como quem coloca música num apartamento e obriga todos os vizinhos a ouvirem a sua música. Não basta ouvir, tem que "arrasar"! Coisa de gente mal educada.
         Tenho uma vizinha que já tem uma voz daquelas de trincar vidraça, pois ela põe o telefone no viva voz e conversa caminhando pela casa, aos gritos! Sei tudo da vida dela, porque, quando estou em casa, não tem janela fechada que isole aquela voz. Pior é que não tenho o menor interesse no que ela faz ou diz, só me aborreço e me desconcentro.
         Acho que outra máxima deve estar em voga nesses novos tempos: "minha vida é um livro aberto".
         Mas cuidado para seu livro não ter todas as páginas em branco!
                



2 comentários:

Ivana Lucena disse...

Rsrsrsrs Está coberta de razão novamente.
Outro dia eu estava na fila de um banheiro público dentro de um shopping e de dentro de uma daquelas cabines individuais se ouvia um "papo furado" da usuária do sanitário no seu celular. A fila crescendo e todos ouvindo a conversa, esperando que ela acabasse e decidisse sair para dar a vez a outra pessoa no banheiro. Saiu muito chateada com os comentários do pessoal da fila, viu? rsrsrs

Maria Luiza Vargas Ramos disse...

Pois é Ivana, eles ainda se acham cheios de razão...