Mais uma vez é Natal. E continuará
sendo para todos os que permanecerem vivos, uma vez que esta data é comemorada
há 2013 anos, sem interrupção.
O filho de Maria e de José nasceu tão
distante de todo o Ocidente, lá na Belém da Palestina, do Egito, do rio Nilo,
do rio Jordão, do Mar Vermelho, de Jerusalém, de Nazaré, de Israel e dos
lugares sagrados como a Judéia, a Samaria e a Galiléia.
Em tempos de recenseamento, com os
abrigos cheios de viajantes, sua mãe não conseguiu hospedagem para trazê-lo ao
mundo e teve que se refugiar num estábulo, dando-lhe por berço uma manjedoura.
Mesmo com tanta simplicidade, o Menino
teve sua vinda anunciada por anjos e recebeu a visita de pastores e reis Magos,
que se ajoelhavam diante dele, reconhecendo-o como o Salvador prometido por
Deus.
Nenhuma outra criança, de lugar algum
do mundo, mesmo nos tempos da mídia eletrônica, teve tantos súditos, tantos
seguidores, por tanto tempo.
O mundo hoje está repleto de Herodes,
de Judas, de Caim. Mas não há outro Jesus, nem quem tenha ensinado tanto à
humanidade em apenas trinta e três anos de vida. Sua história e suas lições
estão compiladas no livro mais lido de todos os tempos, em todas as línguas: a
Bíblia Sagrada.
Comemoramos o aniversário deste
Menino no Natal, festejando o fato de que ele veio ao mundo já com a difícil
missão de se oferecer em sacrifício para salvar a humanidade. Por isso, a
melhor maneira de celebrarmos o Natal é valorizando o que Ele nos ensinou: a
justiça, a verdade, a fraternidade, a caridade, a bondade, a paciência, a
esperança e tudo o mais que nos aproxima dos irmãos.
Por que tantas pessoas ficam tristes
no Natal? Por que sentem tanta falta da família, dos parentes falecidos ou
distantes nesse dia? Creio que o que mais machuca o coração dessas pessoas é o
exame de consciência e a constatação de que poderiam ter sido melhores e feito
muito mais.
Se somos capazes de perdoar, trocar
presentes e abraços, distribuir votos e sorrisos, enxergar os mais necessitados
nesta época, por que, então, não fazemos isso o ano todo? Seria tão bom se este
Natal acontecesse todos os dias!
Há 2013 anos nasceu o menino Jesus,
que cresceu pregando, fazendo milagres, abençoando e depois se entregou ao seu
destino, como um cordeiro para ser imolado.
Hoje, a figura do Papai Noel, com um
saco cheio de presentes, ofusca o aniversariante, confunde, mas, ao final das
festas onde reina absoluto, costuma deixar, juntos aos papéis e cartões
amassados jogados pelo chão, um vazio dificilmente preenchido nesta comemoração
pagã. Algo inerte e insípido como as sobras daquele peru. Pobre rico natal!
Para esse Papai Noel, que pouco pode
realizar além de coisas materiais, as crianças pedem hoje, muito mais do que
presentes e brinquedos, um lar, uma família, pai e mãe se respeitando, sem
brigas e ofensas; avós confraternizando, tios conversando animados, primos
correndo pela casa. ISSO é o verdadeiro Natal. Mesmo sem peru, champanhe ou
presentes caros.
Jesus nasceu feliz em sua manjedoura
porque José e Maria se amavam e o amavam acima de todas as coisas. De Gaspar,
Belchior e Baltazar recebeu presentes simbólicos, cheios de significado, onde o
ouro, o incenso e a mirra tinham igual valor.
Amor, respeito, fidelidade,
companheirismo, maturidade, diálogo e, sobretudo, um olhar na mesma direção.
Quem sabe não seria este o único milagre capaz de salvar os homens de sua
destruição?!
Com esses ingredientes o Natal seria
verdadeiro e as pessoas não se sentiriam depressivas ou angustiadas, ansiando
pelas festas da virada do ano onde costumam afogar no álcool as frustrações de
um ano que deixou muito a desejar e a pouca esperança no que inicia.
O essencial, o que realmente importa
independe de saldo bancário, de marcas famosas ou grandes embrulhos. Todas as
pessoas verdadeiramente humanas já sentiram e souberam valorizar um olhar de
admiração, confiança e carinho; um abraço seguro e envolvente; uma mão afetuosa
em sua cabeça; um beijo cálido, sem pressa, de entrega total.
São essas coisas que os homens devem
desejar uns aos outros nessa data.
Feliz
Natal!
2 comentários:
Olá Maria Luiza,
Segundo o pedritense e blogueiro Janer Cristaldo (http://cristaldo.blogspot.com.br/2012/06/catolicos-sequer-sabem-o-que-seja.html),um ateu que sabe tudo da Bíblia, Jesus não nasceu em Belém e sim em Nazaré, opinião referendada por Ernest Renan, prestigiado autor francês de A Vida de Jesus. O equívoco histórico deve ter prosperado por conta de alguma disputa de prestígio, tipo Alegrete x Uruguaiana, rsrs...
Parabéns pelo blog e ótimas crônicas.
Abrs.
Saul Gil
Obrigada pelo esclarecimento, que só vem enriquecer a história! Apesar de católica(ou por isso mesmo),não me considero uma expert em assuntos bíblicos.
Volte sempre!
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