Em tempos de Alzheimer, todo mundo
vive tentando exercitar a memória, principalmente quem já se aposentou e não é
mais tão cobrado como antes.
Fico abismada de ver gente recitando
nomes de flores das quais nunca ouvi falar, numa demonstração de memória e
conhecimento impressionantes.
Tem gente que enumera tanta fruta que
até desconfio que seja invenção, já que lá no meu Alegrete a gente só conhecia
laranja, maçã, bergamota, uva e mais duas ou três. Até manga só fui conhecer
muito mais tarde.
E pássaros então? Lá no Pantanal tem
bicho que vou morrer sem saber o nome.
Sem falar naqueles homens maravilhosos
(geralmente são homens) que enumeram jogadores de futebol de tudo quanto é
time, de todos os campeonatos.
Ai meu Deus, se depender dessas listas
estou mal, pois minha memória é tão seletiva que não decoro nem título de livro
ou filme, é um horror!
Se assisto a um filme nunca mais
esqueço e sou capaz de lembrar detalhes que passam despercebidos a muita gente.
Agora o título...
Com livros é a mesma coisa. Recordo
frases, citações, parágrafos inteiros e não consigo lembrar o título muitas
vezes. É constrangedor.
Bem, mas como diria Galeano, que não é
meu guru, mas é um dos autores que mais leio, tem coisa que as pessoas
sabem que "são inúteis como teta de homem."
Tenho dito.
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