Dia desses,
espontaneamente, eu me referi aos meus contemporâneos como "cabeças
brancas". Fica a ressalva: ou tingidas.
Aos
poucos vamos deixando de ser morenos, loiros ou castanhos e passamos a nos
uniformizar no branco ou nas cores da moda.
A
maioria dos "guris" assume a neve das têmporas, ou mesmo da cabeça
toda, dando graças de poderem ver seu cabelo branquear antes de
sumir.
Já as "gurias" mais conservadoras (como eu) tentam manter a cor mais
próxima do natural, enquanto as mais modernas aproveitam para se ver em todos
os matizes.
O
fato é que nossos cabelos estão branqueando rapidamente. E daí?
Trabalhei trinta anos em colégios e universidades, mesmo assim considero minha
aposentadoria um desperdício da capacidade. Não fosse a miséria dos salários,
eu e muitos professores poderíamos ficar mais uns vinte anos ensinando o que
levamos tanto tempo para aprender bem.
O
fato é entre os cinquenta e os setenta anos estamos no auge da nossa capacidade
intelectual, porque ela vem aliada a muita cultura aprendida em viagens,
leituras, conversas com nossos pares, possuidores de igual bagagem. Sem falar
na maturidade, que nos ajuda a separar o joio do trigo muito mais
facilmente.
Reparem
na televisão, por exemplo, como os "cabeças brancas" estão no topo da
política, das empresas, das pesquisas, das universidades, dos ministérios, dos
bancos, do jornalismo (que delícia ver Caco Barcellos e Sandra
Passarinho em suas reportagens!) e num sem número de outros cargos
importantes. Juízes, cientistas, médicos, ministros, bispos, pastores, parece
que a prata nos cabelos lhes confere o ouro da capacidade e da sabedoria.
Então,
meus caros contemporâneos, aceitemos nossos cabelos brancos ou tingidos,
porque, a não ser em honrosas e maravilhosas exceções, os jovens só são
mais capazes ... onde mesmo?
Ah,
nos esportes, com certeza!
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